Câmera flagrou fuga de assassinos de ex-vereador Zico Bacana; fuzil aparece na janela do carro

Político foi morto em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, no último dia 7

Câmera flagrou assassinos de Zico Bacana fugindo do local do crime
Câmera flagrou assassinos de Zico Bacana fugindo do local do crime – Foto: Reprodução

Investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital conseguiram localizar imagens de uma câmera de segurança que mostram o carro usado por assassinos do ex-vereador do Rio Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, de 53 anos.

O veículo, um Nivus, foi filmado logo depois do crime, ocorrido no último dia 7 em Guadalupe, na Zona Norte. No vídeo, é possível ver um fuzil na janela do carona. Segundo policiais, a arma é do modelo G3.

Além de Zico, foram mortos um irmão que lhe acompanhava em uma padaria e um garçom que passava pelo local. Um homem que seria segurança do político ficou ferido. A emboscada aconteceu na esquina das ruas Enéas Martins e Francisco Portela.

A principal linha de investigação da Polícia Civil é de que o ataque partiu de traficantes de drogas que vinham expandindo seus domínios pela região. Guadalupe era o reduto eleitoral de Zico, que foi vereador entre janeiro de 2017 e dezembro de 2020. Ex-policial militar, o político levou tiros na cabeça durante o ataque. Parentes e amigos denunciaram que ele vinha sendo ameaçado por integrantes do tráfico.

Zico Bacana já havia escapado de outra ação semelhante, ocorrida no mesmo local onde foi morto, no dia 4 de fevereiro de 2023. Em um registro feito na 31ªDP (Ricardo de Albuquerque), Zico afirmou que três traficantes fizeram disparos contra ele porque queriam instalar um ponto de drogas no local e o teriam reconhecido como policial militar.

Ele foi salvo após pedir ajuda a PMs que chegaram a trocar tiros com os bandidos. Segundo o registro, Zico estava comprando gelo numa padaria, próximo à esquina das Ruas Enéas Martins e Francisco Portela, por volta das 10h10, quando percebeu duas pessoas correndo . Ele perguntou o que estava acontecendo e ouviu que homens armados estariam se aproximando. Em seguida, ele disse ter avistado três homens que dispararam tiros em sua direção.

Mesmo armado, o policial reformado alegou não ter feito disparos, preferindo apenas se abrigar atrás de um poste. Em seguida, ele alega no documento ter telefonado pedindo ajuda para a Polícia Militar. Ainda de acordo com o relato, PMs do 9ºBPM (Rocha Miranda) chegaram ao local em poucos minutos, se envolvendo numa troca de tiros com os traficantes. Na delegacia, seis policiais militares disseram no registro ter feito mais de 60 disparos. Apesar disto, ninguém ficou ferido.

Ao liberar o corpo de Zico no Instituto Médico-Legal, parentes do ex-vereador relataram que ele vinha recebendo ameaças de traficantes do Complexo do Chapadão.

Zico Bacana foi citado na CPI das Milícias, em 2008, como um dos chefes de grupos paramilitares que atuavam na regão de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, mas nunca foi sequer indiciado.

O mandato de Zico Bacana como vereador foi entre 2017 e 2020, pelo Podemos. Durante o mandato, ele também levou um tiro na cabeça, mas de raspão, enquanto estava em um bar, em 2020. Na ocasião, homens saltaram de dois carros e passaram a atirar contra Zico, que reagiu. Seguranças que estavam com ele também atiraram.

Na época, peritos encontraram 15 marcas de disparos no carro blindado de Zico, que estava estacionado a poucos metros do bar. No chão do estabelecimento comercial, foram encontradas 35 cápsulas de munição. Dois homens foram mortos no tiroteio à época. Um deles era Davison Ferreira da Silva, o Da Roça, integrante do tráfico da favela Final Feliz, uma das que formam o Complexo do Chapadão, e teria participado do ataque.

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