O apresentador Faustão, de 73 anos, entrou para a fila de transplante de coração do SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil e pode ter que esperar até 2 anos para conseguir realizar o procedimento.
Porém, existe uma forma de encurtar a espera, mas não é simples e nem barata. De acordo com as informações do SBT, nos Estados Unidos é possível que o comunicador seja submetido a uma operação que gira em torno de US$ 1,6 milhão – R$ 8,1 milhões na moeda nacional.
No Brasil, o SUS é o único responsável por esse tipo de transplante, seja para rico ou pobre. Já no país norte-americano, apesar de também existir uma fila, a espera é menor para pagantes, ficando em torno de cinco meses..
Falta de doadores é maior entrave
Segundo informações do Metrópoles, atualmente, 378 pessoas esperam na fila para receber um transplante de coração no Brasil. Faustão foi incluído na fila por uma grave insuficiência cardíaca, uma das doenças que mais levam à necessidade de transplante, assim como entupimentos graves e arritimias severas.
Embora a fila de pacientes que precisam de transplante de coração seja pequena quando comparada às cerca de 65 mil pessoas que esperam por outros órgãos e medula óssea no país, ela não está perto de ser zerada. No Brasil, o tempo de espera para receber um coração é de, em média, 12 meses. Em alguns casos, pode chegar a até 2 anos.
No primeiro semestre deste ano, foram feitos 206 transplantes de coração no Brasil. Ainda que o número seja 16% maior em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, ainda não foi possível superar os impactos da pandemia de Covid-19, quando os procedimentos foram praticamente congelados.
No ritmo atual, especialistas avaliam que seria necessário ao menos o dobro de cirurgias para combater a demanda reprimida pelo órgão.
“A principal dificuldade é encontrar doadores. Temos vários centros de saúde no Brasil que são capazes de realizar o procedimento, muitos médicos qualificados e um sistema integrado de filas que permite organizar o transporte dos órgãos. Entretanto, ainda há poucas pessoas interessadas em doar”, aponta o cardiologista Roberto Kalil, presidente do Conselho do Incor e diretor de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
E não basta querer: existe uma série de critérios que restringe as doações, especialmente no caso de mortes violentas.
Além disso, doar órgãos é basicamente uma decisão da família do indivíduo que acaba de morrer. Um dos fatores que ainda mantém o número de doadores baixo é a dificuldade dos parentes de fazer a escolha: não há muito tempo para pensar depois de atestada a morte cerebral e, diante da pressão, muitos não entram em consenso.
Sem a autorização dos familiares, mesmo que haja uma documentação atestando a vontade prévia do paciente de doar seus órgãos, o procedimento não pode ser feito.
“Quem se interessa por doar deve deixar muito claro para a família a vontade em todas as oportunidades, para que isso já seja um ponto pacífico no momento do questionamento. Todo procedimento de doação é complexo e é uma corrida contra o relógio”, diz Kalil.