PGR divulga dura nota de contestação a vazamentos seletivos de trechos de inquéritos, comparando ação a “lavajatismo”
Secretaria de Comunicação da instituição divulgou a manifestação do procurador-geral, Augusto Aras, que viu parâmetros da “Operação Lava Jato” em texto do site UOL
O portal do Ministério Público Federal divulgou na manhã deste sábado, 26 de agosto, um texto no qual o procurador-geral da República, Augusto Aras, contesta duramente reportagem publicada pelo portal UOL na última quinta-feira. “É falsa e mal-intencionada a informação divulgada pelo Uol de que o procurador-geral tentou barrar investigação sobre conversas de empresários em redes sociais”, diz o texto. E segue: “O procurador-geral fez apenas um comentário genérico sobre uma questão de natureza política. Não há qualquer irregularidade no diálogo entre o mencionado cidadão e o procurador-geral”.
O texto do portal UOL, assinado pelo repórter Aguirre Talento, insinuava investidas do empresário bolsonarista Meyer Nigri, dono da Tecnisa, junto à Procuradoria, a fim de ser beneficiado por ações que jamais ocorreram efetivamente. Na tarde de ontem, sexta-feira 25 de agosto, a defesa de Nigri pôs em campo uma estratégia de conceder entrevistas “controladas” a determinados portais da mídia tradicional com o objetivo de tentar explicar o porquê de ele ter disseminado falsas informações em suas redes sociais a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não há qualquer ato do procurador-geral relacionado a tais investigações. A matéria confunde, de forma intencional, atos de terceiros com o procurador-geral com o claro propósito de forjar um escândalo. Essa prática maliciosa tem nome: chama-se fake news”, diz o texto de contestação divulgado pelo site da Secretaria de Comunicação da PGR. E encerra desta forma: “No mais é lamentável que agentes do Estado se prestem ao papel de vazar conversas telefônicas de forma seletiva e fora de contexto para fomentar intrigas políticas e ataques pessoais. A tática de produzir escândalos nos jornais para turbinar investigações para destruir reputações é mesquinha e só trouxe prejuízos às instituições e à sociedade como mostra a recente história do país”.