Ao tomar as rédeas do poder estadual, Raquel não mudou nada. Só piorou. Isso tem resultado numa terrível instabilidade no cerne da sua equipe. Em oito meses, quatro secretários não suportaram o convívio diário com o seu mau humor e caíram fora. Evandro Avelar, o mais recente, estava exausto do viés autoritário dela. Comandava uma das pastas mais importantes, a de Infraestrutura, que envolve projetos estruturadores.
Evandro não foi o primeiro e nem será o último. Com exceção dos áulicos, é difícil tolerar quem governa sem dar o mínimo de liberdade e autonomia para trabalhar. Raquel quer controlar tudo. Pensa que Pernambuco é Caruaru. A máquina, maior inimiga de um gestor, engole qualquer um. Já engoliu a primeira governadora do Estado, que a fez ficar tonta, mais perdida que cego em tiroteio.
Evandro caiu fora porque Raquel não sabe nem priorizar o que fazer com a dinheirama do empréstimo para melhorar as estradas, o sistema de transportes públicos e os projetos de infraestrutura. Ela enxuga gelo. Do jeito que vai, não terá nada o que apresentar de resultados ao final do seu primeiro ano de gestão.
Faz um governo medíocre, sem rumo e sem planejamento. Sem uma equipe experiente e agregadora. Parece mais a República de Caruaru.
Indicação do pai – Cria do ex-senador Sérgio Guerra, o engenheiro Evandro Avelar tem larga experiência no setor público. Curinga, dá certo em qualquer lugar que for escalado, especialmente infraestrutura, sua área. Chegou ao Governo Raquel por uma indicação do pai dela, o ex-governador João Lyra Neto, a quem Evandro serviu no seu curto mandato, em substituição a Eduardo Campos.
Surpresa e impacto – A queda de Evandro se confirmou na última sexta-feira. Provocou surpresa nos meios políticos, principalmente no Interior, onde prefeitos aguardavam com ansiedade a retomada de obras viárias iniciadas ainda na gestão Paulo Câmara. O agora ex-secretário também estava envolvido num projeto de melhoria do transporte metropolitano, quando foi obrigado a suspender, porque não teve autonomia para resolver uma confusão envolvendo a retirada de 200 ônibus de um consórcio metropolitano.
Por: Magno Martins