Por Juliana Albuquerque
Com apenas 630 profissionais na ativa e 90 prestes a se aposentar no decorrer deste ano, a Polícia Científica de Pernambuco foi totalmente ignorada no plano de segurança pública – Juntos pela Segurança – lançado no fim de julho, pelo Governo do Estado.
Segundo levantamento da Associação de Polícia Científica (Apoc-PE), atualmente há 300 cargos vagos, principalmente em laboratórios e unidades no interior do Estado.
“Existia grande expectativa pelo anúncio de concurso para suprir esse déficit, mas a categoria ficou de fora do anúncio feito pelo Governo de Pernambuco durante o lançamento do novo plano de segurança pública”, lamenta a presidente da Apoc-PE, Camila Reis.
Segundo ela explica, não adianta ter uma Polícia Militar e uma Polícia Civil ativa, se não houver provas que garantam a correta punibilidade, o que é feito pelo trabalho dos peritos.
“A gente sabe que sem prova não há prisão, principalmente não há uma prisão sustentável. A gente sabe que o crime em Pernambuco é recorrente. Uma pessoa não estupra uma vez, ela não rouba uma vez, ela não mata uma vez. Ela faz isso sucessivas vezes. O que a gente quer é possibilitar que a ciência seja utilizada sim como solução para ajudar na questão da segurança pública”, declarou.
O déficit de pessoal afeta todas as unidades da instituição, mas é ainda mais grave no Interior do Estado. Segundo a presidente da Apoc, um exemplo notório se dá em Salgueiro, onde a equipe é composta de apenas um perito e um agente de perícia para cobrir 18 mil quilômetros de área.
“É impossível que a Polícia Científica consiga dar a resposta, dar prova suficiente para a quantidade de inquérito policiais que são abertos todos os dias com um efetivo tão baixo”, afirma a presidente da Apoc-PE.