Michel Temer (MDB), que articulou um golpe de estado em 2016 para tomar a Presidência da República da então mandatária, Dilma Rousseff (PT), afirmou à revista Veja em entrevista divulgada nesta sexta-feira (1) que a prisão de Jair Bolsonaro (PL) não seria “útil para o país”.

“Ao prender um ex-presidente, em vez de produzir efeitos negativos, você o vitimiza. Não é útil para o país. Temos no Brasil uma radicalização de ambos os lados. São palavras, gestos, momentos que levam a nação a uma intranquilidade”, argumentou.

Bolsonaro e seu entorno estão sob investigações em diversas frentes. As apurações mas avançadas tratam da falsificação de certificados de vacinação e do desvio e venda ilegal de joias da Presidência da República.

Sobre o esquema das joias, Temer tentou amenizar a situação de Bolsonaro, dizendo ser difícil distinguir itens personalíssimos – com os quais o presidente da República pode ficar – de objetos luxuosos e de alto valor – que devem ser destinados ao acervo público. “Houve várias tentativas de se disciplinar os recebimentos de presentes, isso não vem de agora. Quando houve uma pequena disciplinação, em 2018, ela foi revogada em 2021. É um tema complicado. Não é fácil distinguir uma coisa da outra”.