Bicheiro Capitão Guimarães é preso em operação da PF e do MPRJ

Por  Rafael Soares, do Extra

A Polícia Federal, em conjunto com Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do estado (Gaeco), prendeu, nesta sexta-feira, o bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, um dos principais contraventores do Rio, na operação Mahyah. Ele foi encontrado pelos agentes em casa, em Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói. O contraventor estava em prisão domiciliar desde dezembro do ano passado, após a operação Sicários. Cerca de 100 policiais federais participam da ação, que visa a cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão. Na operação Mahyah, os agentes conseguiram avançar na investigação sobre os negócios do contraventor, que se expandiram para o Espírito Santo.

 

Em ação contra Capitão Guimarães, PF apreende dinheiro de apostas do jogo do bicho

Em ação contra Capitão Guimarães, PF apreende dinheiro de apostas do jogo do bicho

A decretação da prisão do contraventor Capitão Guimarães ocorreu pouco mais de um mês depois da 2ª vice-presidência do TJRJ suspender, em julho, um acórdão da 5ª Câmara Criminal que havia declarado nulas as provas da operação Sicário. A decisão foi tomada após pedido feito pela Assessoria de Recursos Constitucionais Criminais do Ministério Público do Rio de Janeiro. Com esse entendimento da Justiça, foi possível prosseguir a ação penal e as investigações da Operação Sicário.

 

Como parte da operação de hoje, os agentes interceptaram um carro cinza no meio da Ponte Rio-Niterói, pouco antes da praça do pedágio, que levava dinheiro arrecadado com apostas do jogo do bicho desta sexta-feira em direção a Niterói. Segundo a polícia, Guimarães tem o controle do jogo do bicho, de máquinas caça-níqueis e outras apostas nos municípios de Niterói, São Gonçalo e outros da região metropolitana.

Em dezembro de 2022, o contraventor Capitão Guimarães chega preso à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Em dezembro de 2022, o contraventor Capitão Guimarães chega preso à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Dois denunciados e os outros alvos das medidas cautelares cumpridas nesta sexta são integrantes e ex-integrantes das forças policiais estaduais suspeitos de atuarem na organização criminosa. Os agentes foram denunciados por homicídio ocorrido em 1° de julho de 2020, num posto de gasolina, em São Gonçalo. A investigação indica que se tratou de uma execução.

Também foram presos Deveraldo Lima Barreira, integrante da organização criminosa comandada pelo Capitão. Em outra casa de Guimarães em Armação dos Búzios, foi preso em flagrante Cristiano Cordeiro Dias.

Veja quem são os denunciados pelo MP

 

  • Ailton Guimarães Jorge
  • Allan Pinheiro Coutinho
  • Alzino Carvalho de Souza
  • André Luiz Miranda Furtado
  • Daniel Jacinto Vieira
  • Fagner Batista Pardin
  • Francisco Carlos de Oliveira
  • Gilberto Ferreira Pereira
  • Glaucio Raimundo Cardoso
  • Jorge Antonio dos Santos
  • Marcelo Rios Werneck
  • Patrik Roger Correa Vieira
  • Rodrigo de Paiva Sousa

 

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara especializada em organizações criminosas do Rio de Janeiro e são cumpridos em municípios do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, em endereços ligados aos integrantes da organização criminosa, já denunciados pelo Ministério Público.

O nome da operação Mahayah se refere à origem da palavra máfia, que provém de um termo do dialeto siciliano, mafia. Ele é inspirado em mahyah, que em árabe significa audácia.

Segundo a PF, a organização criminosa chefiada pelo contraventor é voltada para prática de homicídios, corrupção passiva e porte ilegal de arma de fogo. A investigação é um desdobramento da operação Sicários, deflagrada em 7 de dezembro do ano passado, contra três núcleos criminosos, subordinados ao Capitão Guimarães, que controlam o monopólio de jogos de azar e exploração de bingos clandestinos na Ilha do Governador, Niterói, São Gonçalo e no Espírito Santo.

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