“A esquerda está muito fundamentalista”, diz vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá

O deputado comentou sobre Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Eduardo Pazuello e Gleisi Hoffmann

Washington Quaquá (PT-RJ)
Washington Quaquá (PT-RJ) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O vice-presidente nacional do PT, o deputado federal Washington Quaquá (RJ) disse que a “esquerda está muito dogmática, fundamentalista”. O parlamentar absolveu dois parlamentares bolsonaristas no Conselho de Ética da Casa – Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP). “Defendi que nenhuma representação fosse admitida. O plenário da Casa não é um picadeiro de circo para o deputado fazer palhaçada, como o Nikolas Ferreira fez ao vestir uma peruca loira, mas isso não é motivo para cassar o mandato”, afirmou o congressista em entrevista à Veja.

“Tenho 52 anos de idade, entrei no PT aos 14 anos, cresci na favela, e aí vem alguém de classe média, que nunca fez nada por ninguém, que fica o dia inteiro numa rede social: ‘Ah, mas a militância…’. Que militância? Tenho o direito de discordar. O PT é, até que se prove o contrário, um partido democrático. Tem gente que joga para a plateia dentro do PT, uma plateia de classe média, lacerdista, udenista e de esquerda. O Brizola chamava isso de ‘UDN de macacão’. Temos hoje uma UDN de sunguinha, aquele militante da Praia de Ipanema”, acrescentou.

O dirigente também foi questionado sobre ter aparecido em uma foto com o general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde no governo Jair Bolsonaro (PL). “O Pazuello tem a cabeça de militar, pode ser até que pague alguma coisa pelos erros do governo Bolsonaro, mas não é um fascista que estava lá para matar. Vamos com calma. Ele é uma pessoa agradável, gosta de samba, é um malandro carioca. Eu, inclusive, o convidei para entrar em uma frente parlamentar para tratar da logística com Cuba. Ele entende de logística. Tenho zero problemas em ter amigos de direita”.

O deputado falou sobre a relação com a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoff­mann (PR). “Nós temos divergências, muitas públicas, o que é natural, mas acho que a gente, para sustentar o governo Lula, tem de ter uma base ampla no Congresso, em especial fazendo uma aliança com o Lira e com o Centrão, que nos entregam a maioria para fazer as políticas que queremos. É pragmatismo político. A visão da Gleisi é estreita em relação a alianças, às relações políticas. E eu já disse isso para o Lula e para ela”.

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