Pequena Lô relembra burnout e fala de dificuldade para novo romance: ‘Desconfiança aumenta’

Por Leonardo Ribeiro

O título “Na dúvida, escolha ser feliz” até faz parecer que vem aí um livro de autoajuda. Mas não é bem assim. A frase é quase um mantra da influencer Pequena Lô, desde que aos 11 anos ela fez a quinta cirurgia na vida e percebeu que perderia boa parte dos movimentos nos membros inferiores. Como um diário, com o bom humor que a consagrou nas redes sociais, a agora autora estreante conta passagens da própria vida na intenção de inspirar os leitores.

— Essa passagem da minha cirurgia, por exemplo, não digo que foi difícil revisitar, mas é algo que ao escrever me traz muitas memórias. Essa idade, 11, é quando estamos na pré-adolescência, cheia de dúvidas e anseios. Foi nessa época que eu me reconheci como uma criança diferente e percebi que não adiantaria me vitimizar. Por isso, fiz essa escolha pela felicidade. Não como algo obrigatório na minha vida, mas para lembrar de buscar o caminho mais leve das coisas. Com esse livro, o objetivo não é só me conhecer. Conto minhas histórias e faço reflexões para que as pessoas entendam que há sempre uma saída para resolver os problemas. Se só contasse tudo isso na internet, não sei se teria o mesmo impacto — diz Lorrane Karoline, a Lô, de 27 anos, que lança o livro no Rio, na Bienal (no Riocentro, às 17h), nesta terça-feira, dia 5.

Pequena Lô cresceu blindada a demonstrar sentimentos. Há trechos em que descreve que não conseguia chorar na frente dos pais, como se quisesse tranquilizá-los. Os anos passaram e essa barreira precisou ser quebrada.

Pequena Lô — Foto: Divulgação
Pequena Lô — Foto: Divulgação

— Eu não me dava espaço para ser vulnerável. Tinha medo de me mostrar frágil. Não só com meus pais, mas todo mundo ao redor. Eu lembro que tinha dificuldade de dar abraço nas pessoas. Foi complicado descontruir, mas a terapia me ajudou. Você acha que está evitando sofrimento, mas acaba sofrendo muito mais. Hoje em dia, melhorei muito, qualquer coisa estou chorando (risos) e não tenho mais vergonha.

Todas as suas realizações, inclusive, são bastante focadas na família.

— Ter dado um carro para minha mãe e outro para o meu pai eu considero uma das minhas maiores conquistas. Tem também a casa que comprei para a nossa família em Araxá (terra natal, em Minas Gerais), onde minha avó mora hoje e tem tudo do jeito que ela sempre sonhou. Muitos me perguntam: “e para você, o que comprou?”. Isso tudo é para mim também. É naquela casa que tenho meus momentos de lazer, me reconecto, posso ser quem eu sou — diz Lô, que também já tirou carteira de habilitação: — Eu dirijo o carro da minha mãe, mas muito de vez em quando, porque não gosto muito do trânsito de São Paulo (onde mora atualmente).

Com mais de 6 milhões de seguidores no TikTok, a também atriz mira novos sonhos.

Pequena Lô — Foto: Divulgação

Pequena Lô — Foto: Divulgação

— Queria ter um programa na TV. Sonho também em atuar para além do humor. Fiz algumas participações em trabalhos que ainda estão para sair, todos de comédia, que tenho mais facilidade. Mas sonho experimentar algo novo, em uma novela quem sabe.

Lorrane tem se dedicado, mas também buscado um ritmo saudável para se dividir entre todos os compromissos. Desde que começou a fazer sucesso no início de 2020, a artista sentiu também o peso dessa fama e foi diagnosticada com burnout, o esgotamento mental.

— O estalo de que estava doente veio quando quase desmaiei em um salão de beleza. Meus exames estavam bons, mas a cabeça, não. Tenho feito sucesso há três anos, mas parece que vivi dez anos, de tanta coisa que aconteceu. Estava vivendo no omodo automático. Tive que assimilar muitas mudanças. A minha privacidade também diminuiu. Tive ainda síndrome de impostora, por achar que não merecia tudo isso. Fiquei confusa e triste, porque estava no auge e não conseguia aproveitar. Ainda faço tratamento homeopático, para além da terapia, e já não tenho mais crises como antigamente. Hoje, consigo identificar possíveis gatilhos. E priorizo sempre minha saúde mental.

Vida amorosa

 

O livro de Pequena Lô tem logo uma pegadinha, com um capítulo dedicado à vida amorosa. Mas ao chegar lá, não espere encontrar fofocas da vida atual. A artista, que terminou um namoro de sete meses em abril (com Cristopher Pontes), até faz piada, como quem engana os leitores.

Pequena Lô terminou o namoro com Cristopher Pontes — Foto: Reprodução
Pequena Lô terminou o namoro com Cristopher Pontes — Foto: Reprodução

— Todo mundo vai quente nesse capítulo (risos). Quem sabe no próximo livro, quando eu tiver algo mais fechado, não surge aí? É que eu sempre fui reservada sobre isso. Quando estourou o meu último namoro, eu já estava saindo há muito tempo com ele e estava escondendo. Sou mineira, eu como quieta. Além disso, figuras públicas já estão acostumadas a terem relacionamentos expostos, mas a outra parte do casal, não.

Na obra, ela lembra apenas casos antigos, como da vez em que beijou dez homens na balada. Mas diz que hoje a vida está bem menos agitada. Garante até que não beijou ninguém ainda desde que ficou solteira de novo.

— Eu sou aquariana, então sofro um pouco com términos, mas também não deixo aquilo me paralisar completamente. Cada um tem seu processo. Hoje, vamos dizer que eu estou conhecendo pessoas. Depois que fiquei famosa, esse agito da vida amorosa diminuiu muito. É que a desconfiança aumenta. Essa pessoa quer conhecer a Lorrane ou a figura pública que ela já vê nos vídeos todos os dias? Fico pisando em ovos para não me decepcionar.

Pequena Lô — Foto: Reprodução/Instagram
Pequena Lô — Foto: Reprodução/Instagram

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