A ofensiva do Avante nos espaços do MDB, o malabarismo petista e os contratos da empresa novata

Pombo Correio

Chama atenção a briga entre partidos da base aliada, as desculpas dos aliados do governador, e determinado contrato da Sufotur

Direto das profundezas

Merece um dia vir a público os bastidores da decisão de cassar o mandato da vereadora de Lauro de Freitas Débora Régis (PDT). Nos corredores do TRE baiano, conta-se que daria um livro de muitas páginas. Intrigas, compra de testemunhas, ameaças … Teve de tudo.

Ofensiva

Caciques do Avante andam dizendo aos quatro cantos que vão tomar uma das duas secretarias do MDB no governo do estado. Hoje, a legenda dos irmãos Vieira Lima comanda as pastas de Recursos Hídricos, que tem a Cerb, e Administração Penitenciária. Com o espaço ameaçado, lideranças emedebistas anteciparam o movimento de filiação de prefeitos para contrapor a ofensiva do partido do ex-deputado Ronaldo Carletto. O plano do Avante é conseguir abocanhar uma das secretarias até o final do ano. Resta saber qual.

Ronaldo Carletto avança sobre os espaços do MDB. Crédito: reprodução

Chegou chegando

A ascensão de uma certa empresa de eventos na Sufotur (Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado) despertou a curiosidade de integrantes do setor na Bahia. Aberta em abril deste ano, a corporação começou a firmar contratos com o órgão estadual em junho, no período do São João, e já soma R$ 600 mil recebidos do governo neste período para a realização de eventos. Se considerar os contratos ainda não pagos, o volume vai passar de R$ 1 milhão em breve. O que causa estranhamento é como a empresa, tão nova no mercado, já conseguiu abocanhar contratos para a realização de eventos de grande porte. Bom, deve ser a eficiência…

Tic tac

O que teve de gente se pelando de medo com a nova fase da operação Faroeste não está no gibi. Os telefones não pararam de tocar. Foi advogado, político, gente do Tribunal de Justiça… Enfim, cala-te boca, viu?!

Infinito petista

Tem chamado a atenção o malabarismo argumentativo de aliados fervorosos do governo do estado para tentar tirar do grupo petista a responsabilidade pela crise da segurança pública. Depois de pedirem (pasmem!) para a oposição resolver o caso, agora decidiram cobrar dos bancos uma ajuda no combate à lavagem de dinheiro e culpar os prefeitos por deficiências na educação, o que reflete na criminalidade. É preciso admitir: a criatividade da base petista para criar desculpas é infinita.

Acostume-se com o medo

E por falar em onda de violência, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) sugeriu que não deve haver espanto com notícia de que facções criminosas cobram pedágio de comerciantes em bairros de Salvador porque, segundo ele, “não está acontecendo isso só na Bahia”. No auge da crise da segurança, o petista resiste em encarar a realidade e, em vez de proteger a população, sugestiona adaptação à rotina de medo que a criminalidade está impondo em diversas comunidades da Bahia.

Não deu match

Um evento político no interior da Bahia na semana passada, com participação de lideranças de todo o país, quase termina em confusão. Um dos advogados mais proeminentes e ricos do Brasil passou na conta da bebida e deu em cima da esposa de um deputado. A turma do deixa disso teve que entrar em cena para o caldo não entornar.

Rebelião amiga

Lembram que há algumas semanas a coluna avisou da insatisfação dos deputados estaduais do PSD? Pois a rebelião já começou e promete dar muita dor de cabeça ao governo. E agora com um agravante: a queixa, que era maior dos pessedistas, contaminou praticamente toda a base, inclusive deputados do PT, e obrigou a articulação política de Jerônimo a convocar uma reunião de urgência com os líderes da base governista para estancar a sangria. Os pedidos vão desde cargos e emendas até a falta de atenção do governador, além da necessidade de auxílio aos prefeitos aliados, que estão sofrendo com a redução dos repasses federais e querem agora ajuda do estado. Pelo jeito, a lua de mel com Jerônimo já ficou no passado.

Foco do incêndio

Na avaliação de lideranças governistas, a articulação política do governo anda muito fragilizada por dois fatores. O primeiro é o desgaste do líder Rosemberg Pinto (PT), cuja relação com os pares vai de mal a pior – inclusive, com críticas públicas de parlamentares petistas. O segundo é a condução do secretário de Relações Institucionais Luiz Caetano (PT), que, segundo deputados, tem se preocupado mais com sua eventual candidatura a prefeito de Camaçari e em agradar os aliados de sua esposa, a deputada federal Ivoneide Caetano (PT), e menos com os interesses da base.

Ventos da mudança

A base governista tem batido cabeça nas duas maiores cidades do Sul da Bahia na disputa para as eleições do ano que vem. Enquanto em Itabuna o prefeito Augusto Castro (PSD) tem visto sua popularidade (que já não era lá essas coisas) derreter e é criticado até mesmo por integrantes da base petista, em Ilhéus o grupo do prefeito Marão (PSD) enfrenta um imbróglio daqueles para as eleições do próximo ano. O vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) quer ser candidato, mas não tem o aval nem a confiança de Marão, que, por sua vez, quer lançar uma outsider. Já o PT, que não apoia a atual gestão, tensiona e pretende ter nome na disputa – a favorita é a secretária estadual da Educação Adélia Pinheiro. Fontes na cidade dizem que será muito difícil unir a base governista.

Fogo amigo

O deputado estadual Eduardo Alencar (PSD) iniciou um movimento para minar a candidatura do PT à Prefeitura de Simões Filho. Ex-prefeito da cidade, Eduardo tem sinalizado a aliados que não sabe se vai entrar na disputa, mas deixou claro que não quer o nome de Cezar Diesel, já lançado pelo PT. Nessa semana, ele foi até o secretário Luiz Caetano para discutir o assunto. A pessoas próximas, Alencar tem dito que prefere na eleição um nome de sua confiança, caso decida não concorrer à sucessão do prefeito Dinha Tolentino.

Novela da Alba

A disputa pelo comando da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) tem preocupado a cúpula governista no estado. Pessoas com trânsito no Palácio de Ondina avaliam que, independente do resultado, haverá “feridas incuráveis”, seja com o terceiro mandato de Adolfo Menezes (PSD), seja com a vitória de Rosemberg Pinto (PT) ou Ivana Bastos (PSD). Adolfo tem a maioria dos deputados ao seu lado, mas tem a lei contra. Rosemberg e Ivana não são nada bem quistos entre os pares, mas tentam, por cima, vencer a empreitada.

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