Suplicy assume doença degenerativa, diferente de Jarbas que tentou esconder

Nesta terça-feira (19), o deputado estadual por São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), revelou ter sido diagnosticado com a doença de Parkinson. Em abril deste ano, o Portal Ricardo Antunes já tinha anunciado que outro político da velha guarda, o pernambucano Jarbas Vasconcelos (MDB), também tinha sido diagnosticado com uma doença degenerativa, o Alzheimer. A diferença entre os dois é que, enquanto Suplicy aproveitou sua condição para promover o cuidado com a doença, Jarbas tentou esconder o diagnóstico e seu entourage negava tudo, revelando um preconceito que o ex-senador paulista desconheceu completamente.

No dia 26 de abril, o jornalista investigativo Ricardo Antunes, antecipou que Jarbas não voltaria mais à vida pública, e que seu suplente, Fernando Dueire, assumiria o mandato de senador. O estágio da doença já alcançara o estado crítico.

No evento era nítido que Jarbas tinha dificuldades em reconhecer pessoas. Foto: Gabriel Ferreira/ Jc Imagem

Não deu outra: no dia 1º de setembro, Jarbas se retirou oficialmente da vida pública, recebendo uma bela homenagem no lançamento de sua biografia, escrita pelo ex-assessor de imprensa, Ennio Benning, quando reuniu empresários, amigos e políticos no JCPM.

O Parkinson, além dos tremores e problemas de equilíbrio, pode provocar também problemas de sono, incontinência e fadiga. Já o Alzheimer é uma doença degenerativa e progressiva que causa problemas na memória.

À Gazeta do Povo, o médico neurologista do Hospital de Clínicas de Curitiba, Dr. Gustavo Franklin explica que a Doença de Alzheimer deve ser vista, sim, como uma doença crônica grave de caráter progressivo e inexorável. Mas não deve ser vista como mal ou como uma chaga. “O preconceito vem deste o próprio paciente até mesmo os familiares, que acabam fortalecendo esse estigma, infelizmente. Muitas evitam informar a amigos ou outros familiares sobre o diagnóstico com receio de que ele seja tratado como ‘merecedor de pena’ ou ‘paciente terminal’”.

O problema é que esse preconceito pode trazer ainda maiores prejuízos ao paciente. “E, muito pior, o estigma também faz com que pessoas que têm os sintomas deixem de procurar ajuda médica”, comenta o neurologista.

Para romper com este preconceito, o especialista defende que é importante que a família compreenda os sintomas, entendendo que muitos podem ser tratados ou até evitados e que o paciente pode ter uma adequada qualidade de vida. Ser diagnosticado com Parkinson, Alzheimer ou qualquer outra doença, não deve ser motivo de vergonha ou preconceito. Não tem porque esconder uma condição que pode acontecer com qualquer um.

No novo mundo de hoje não se pode esconder nada nem muito menos ter preconceito com a condição humana.

Por: Ricardo Antunes

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