CPMI dos Atos Golpistas chega na reta final sem ouvir ex-comandante da Marinha delatado por Mauro Cid
CPMI terá seus trabalhos encerrados na próxima semana e não deverá convocar o almirante Almir Garnier Santos, sobre o seu suposto envolvimento em uma trama golpista
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que terá seus trabalhos encerrados na próxima semana, não deverá o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do governo Jair Bolsonaro (PL), sobre o seu suposto envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como relatado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, em sua delação premiada à Polícia Federal (PF).
De acordo com a coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, parlamentares da base governista no colegiado “afirmaram que o comandante não será ouvido porque o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), decidiu não fazer mais sessões deliberativas – o que impede a aprovação do requerimento de convocação”. A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), havia manifestado a intenção de convocar Garnier Santos após as revelações feitas por Mauro Cid.
A resistência da oposição em votar a convocação do coronel que comandava a Força Nacional no dia 8 de janeiro, Sandro Augusto Queiroz, é citada como motivo para a decisão de Maia.Ainda segundo a reportagem, o ministro da Justiça, Flávio Dino, também teria vetado a convocação de Garnier Santos.
“Parlamentares da CPI afirmaram ter procurado o ministro e insistido pela convocação, mas Dino teria afirmado que o comandante é bolsonarista e não vai permitir que oposição utilize o depoimento para reforçar a narrativa de que Força Nacional de Segurança não agiu porque ele não mandou que ela entrasse em ação”, destaca o periódico.