Celso Amorim diz a Lula que o conflito pode se alastrar pelo Oriente Médio

No entanto, Amorim apontou “sinais” da Europa e dos EUA que indicam esforços para conter a reação de Israel

O assessor especial de Lula, Celso Amorim - 5/12/2022
O assessor especial de Lula, Celso Amorim – 5/12/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, expressou sua preocupação em relação a guerra entre Israel e o grupo Hamas, afirmando que não vê atualmente fatores que contribuam para reduzir o conflito, segundo reportagem da jornalista Bela Megale, no Globo. “Vejo o conflito se alastrando”, teria dito ele. Amorim discutiu a situação no Oriente Médio com o presidente Lula em uma longa reunião nesta segunda-feira e é um conselheiro do ex-presidente brasileiro no tema.Para embasar sua avaliação, Amorim mencionou o bombardeio israelense que atingiu o aeroporto da cidade síria de Aleppo no sábado, bem como a expansão do conflito para a região norte de Israel, na fronteira com o Líbano, onde o grupo Hezbollah opera.

Ele observou que o ataque ao aeroporto de Aleppo poderia incentivar a Síria a se envolver no conflito, devido à ligação próxima do governo sírio com a Rússia, embora tenha ressaltado que não estava afirmando que a Rússia entraria na guerra, mas que isso complicaria ainda mais a situação.

Amorim também destacou que o conflito está se expandindo para a fronteira norte de Israel, onde o Hezbollah está ativo. Ele apontou que a ONU informou na sexta-feira que o número de pessoas deslocadas internamente na Faixa de Gaza devido ao conflito aumentou para mais de 420 mil, e ele teme que esse número possa se assemelhar ao êxodo forçado da população palestina durante o chamado “nakba” após os conflitos que se seguiram à fundação do Estado de Israel em 1948. “Nakba” significa “catástrofe” e refere-se ao êxodo palestino da época, no qual estima-se que 700 mil pessoas tenham fugido ou sido forçadas a deixar suas casas.

Apesar do cenário preocupante, Amorim apontou que vê “sinais” da Europa e dos Estados Unidos que indicam esforços para conter a reação de Israel, o que poderia ser positivo para evitar uma escalada ainda maior do conflito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *