Cúpula: Arábia Saudita diz que países islâmicos vão tomar medidas para acabar com a guerra em Gaza
Ministro dos Negócios Estrangeiros saudita disse que as nações estão autorizadas a “iniciar ações imediatas em nome de todos os estados membros para parar a guerra”
O secretário-geral da OCI, Hissein Brahim Taha, destacou a solidariedade e o “apoio inabalável” demonstrado por todas as nações “ao povo palestino”, e também reafirmou o compromisso conjunto com a causa central do grupo: a criação do Estado da Palestina, aprovada pela Assembleia Geral da ONU desde 1947, mas que até hoje não foi efetivada.
Taha pediu um “cessar imediato, duradouro e completo da atual agressão israelense” contra o povo palestino e a abertura de corredores humanitários para fornecer ajuda e insumos essenciais à Faixa de Gaza de maneira adequada e sustentável. Com mais de 80% da população na extrema pobreza, a região é uma das mais vulneráveis do mundo e tem índices de desemprego acima de 45%, que também é resultado do bloqueio israelense em vigor desde 2007.
Entre os países que participaram da cúpula, estavam autoridades do Egito, Catar, Turquia, Indonésia, Nigéria e Arábia Saudita, além de representantes da Palestina. O ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Faisal bin Farhan, acrescentou que as nações estão autorizadas a “iniciar ações imediatas a nível internacional em nome de todos os estados membros destas organizações para parar a guerra na Faixa de Gaza”. Outro objetivo é garantir medidas para alcançar a paz duradoura e abrangente no Oriente Médio.
Israel diz que cessar-fogo representa rendição ao Hamas – Em diversas ocasiões, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo até que o Hamas seja destruído. Para o premiê, o fim da guerra antes de alcançar esse objetivo pode representar uma rendição israelense ao movimento.
E sob essa justificativa, as Forças de Defesa de Israel (FDI) não tem poupado nem hospitais, escolas, campos de refugiados e até abrigos geridos pela ONU. Só na última sexta (10), mais de 50 pessoas morreram em um bombardeio a uma escola que era usada como abrigo pela população civil. Quase dois terços dos palestinos em Gaza já deixaram a região Norte do território por conta dos ataques, em um êxodo sem precedentes para o Sul.
Israel declarou guerra ao Hamas no dia 7 de outubro, após ataques com foguetes que driblaram o sistema de defesa e atingiram várias cidades do país judeu. Além disso, cerca de 240 pessoas foram feitas reféns e seguem sob o poder do grupo, que na mesma data também provocou a morte de 1,4 mil israelenses.