Por: Ricardo Antunes
A atitude é nobilíssima – alertar para a importância da prevenção do câncer de próstata, no “novembro azul”, realizado em todo o país – e a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento do governo de Pernambuco obviamente não é a Secretaria de Educação. Mas como todo órgão público, tem de zelar pelo bom português.
Não foi o que ocorreu, contudo, com o anúncio da Secretaria convidando para palestra do técnico da Secretaria de Saúde Alisson Anjos. Como se não fossem poucos os oito erros de português num convite de sete linhas, a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento diz que a palestra ocorrerá no auditório da APAC (Agência Pernambucana de Águas e Climas), mas simplesmente não informa o endereço, que postamos aqui – Av. Cruz Cabugá 1111, Santo Amaro.
Certamente apinhada de engenheiros e especialistas em clima, a Secretaria deveria contratar também um redator, de modo a evitar o vexame público do governo do estado.
Em português correto, o convite deveria ter sido escrito assim : “Na próxima segunda, 13 de novembro, às 10h, no auditório da APAC, na Av. Cruz Cabugá 1111, em Santo Amaro, serão realizadas atividades em alusão ao “novembro azul”, com palestra sobre a prevenção ao câncer de próstata do técnico da Secretaria de Saúde Alisson Anjos.”
Veja os 9 erros do convite:
1. Falta vírgula após a palavra segunda;
2. Falta vírgula após a palavra novembro;
3. O acento do “as” está agudo quando deveria ser uma crase;
4. Depois da sigla APAC, seria mais interessante um ponto e na sequência um novo parágrafo. A ideia é não deixar o parágrafo ficar muito longo e assim cansativo. No entanto, se a decisão for por um texto corrido, após a sigla carece uma vírgula;
5. Falta o endereço da APAC;
6. Serão realizadas e não “será” realizadas, num erro de concordância crasso;
7.Falta vírgula após “novembro azul”;
8. Ficaria melhor “do” técnico e não “com” o técnico, para não repetir o “com” palestra;
9. Sobrenome escrito com letra minúscula: Anjos e não “anjos”
Os erros de português da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento equivaleriam à contratação de um professor de português da Secretaria de Educação para medir a vazão do rio Pajeú depois de chuvas torrenciais por cinco dias seguidos no sertão. Haveria erros na medição, mas a descrição dela seria escrita corretamente, com certeza.