O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que está foragido da Justiça brasileiro desde dezembro do ano passado, pediu está morando em Madri e pediu  asilo político à Espanha. Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, “o documento em que Eustáquio solicitou ‘proteção internacional’ foi registrado em 22 de junho no Ministério do Interior da Espanha. O cadastro foi feito presencialmente em Toledo, cidade a 70 quilômetros da capital Madri”.

Ainda segundo a reportagem, o bolsonarista “tem o direito de permanecer na Espanha e não ser extraditado pelo menos até abril do próximo ano, enquanto o país não dá uma resposta final ao pedido”.

Em dezembro de 2022, Moraes assinou uma ordem de prisão contra o blogueiro de extrema direita baseada em “fortes indícios” apontados pela Polícia Federal de que ele teria incorrido em crimes como ameaça e abolição violenta do Estado Democrático. No entanto, até o momento, a PF não conseguiu efetuar a prisão, alegando obstáculos na inclusão do nome de Eustáquio na lista vermelha da Interpol.

Oswaldo Eustáquio, por sua vez, solicitou refúgio ao Paraguai, onde permaneceu provisoriamente até setembro. Isso impediu uma operação da PF em março para prendê-lo. Contudo, o Paraguai recusou dar status de refugiado ao bolsonarista, o levou a deixar o país.

Diante do insucesso do cumprimento do mandado de prisão, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias da filha de 15 anos de Eustáquio, após ele utilizar as contas da jovem e solicitar doações via PIX, contornando bloqueios judiciais. O ministro bloqueou pelo menos duas contas bancárias da jovem, que, na terça-feira (5), abriu uma nova conta e continuou pedindo doações à família.

Procurado, o advogado de Oswaldo Eustáquio, Ricardo Vasconcellos, confirmou que seu cliente solicitou asilo à Espanha e está no país. Vasconcellos afirmou que Eustáquio é um “exilado político”, alegando que ele deixou o Brasil antes da decretação de sua prisão e que o processo de asilo está em andamento.

Oswaldo Eustáquio, que já foi detido por ordens de Moraes em 2020 e 2021, é investigado no STF por crimes como ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.