Opinião
Frente a tantas incertezas políticas, como o executivo cercado pelo legislativo e o ativismo judicial, a insegurança para investir no Brasil afeta o presente e sobretudo o futuro. Como decidir arriscar num lugar onde não se pode confiar? Isso resulta que, de acordo com dados oficiais do IBGE, no terceiro trimestre de 2023, a taxa de investimento brasileira ficou em 16,6%, menor do que a do trimestre do ano anterior – 18,3%.
A média em outros países da América Latina é de 20% a 25%. Em contraste, a Índia chega a 30% e a China acima de 40%. Isso demonstra a inviabilidade estrutural do Brasil. Se não se investe, como pode haver desenvolvimento? O Brasil é vítima de um sistema político de privilégios e de patrimonialismo. Não existe o mínimo de previsibilidade, especialmente porque as leis e a justiça funcionam apenas para os poderosos que mandam e desmandam em benefício próprio.
O setor privado fica esmagado pela máquina pública numa burocracia corrupta em todos os níveis da federação, a começar pelo governo central, em Brasília. Quem produz vira vítima de um cerco em praticamente todos os setores regulados e mesmo não regulados. Em casa porteira há que se pagar pedágio, de uma maneira ou de outra.
Esta é a realidade nua e crua de um Brasil massacrado, ofendido e humilhado. Quando o exemplo maior, que deveria vir dos dirigentes políticos e estatais, só nos aponta para o uso incorreto dos recursos públicos, o que se esperar do resto da sociedade? Tudo descamba para o famoso “salve-se quem puder”.
O impasse político estrutural que tem no presidente Lula sua maior referência só aponta para um País desequilibrado, corrupto e sem futuro. Não existem planos sérios, nada que dê perspectiva positiva.
Só se observam manipulações, propaganda enganosa, um grande jogo sujo. E a economia sempre reflete essa perspectiva política caótica, sem rumo e sem direção. O que resulta numa sociedade desigual, dominada pela pobreza crônica e sem indicação de saída. Ainda mais num mundo com mudanças aceleradas pela inteligência artificial que vai exigir ainda mais da população, já tão sofrida e condenada ao esquecimento.
Tudo dominado – É triste e profundamente lamentável, mas a realidade se impõe cruelmente. Esse modelo, que tem em Lula seu maior representante, com o governo despedaçado, loteado entre grupos de tubarões famintos, precisa ser enfrentado. Mas, lamentavelmente, é impossível vislumbrar alternativas, porque tudo está tudo dominado pelo sistema dominante.
Por: Magno Martins