Em 2019, Bolsonaro concedeu passaporte diplomático a parentes de Brazão, delatado como mandante do assassinato de Marielle
Na época, Domingos Brazão já era investigado pela suspeita de tentar obstruir as investigações do caso Marielle Franco
João Vitor Moraes Brazão e Dalila Maria de Moraes Brazão, filho e esposa do deputado federal Chiquinho Brazão (Avante-RJ), receberam do Itamaraty o passaporte diplomático em 9 de julho de 2019. Chiquinho Brazão, que é sócio do irmão Domingos Brazão em uma rede de postos de gasolina, fez toda sua trajetória política em Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro, região controlada pelas milícias.
Ainda segundo o Brasil de Fato, “em 2012 e 2016, Chiquinho Brazão foi o vereador mais votado na região de Rio das Pedras. Em 2018, foi eleito deputado federal, usando o bairro como base para sua campanha. Entre 2016 e 2018, seu patrimônio subiu de R$ 2,3 milhões para R$ 3,4 milhões, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.
O conteúdo da delação premiada de Ronnie Lessa veio a público nesta terça-feira (23). Segundo o Intercept, o ex-policial, que está preso desde 2019, teria delatado a investigadores da Polícia Federal que um dos mandantes do assassinato de Marielle e de Anderson Gomes seria Domingos Brazão. A delação, contudo, ainda precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que Brazão possui foro privilegiado.
O advogado Márcio Palma, representante de Domingos Brazão, disse não ter conhecimento da informação e ressaltou que seu cliente sempre negou qualquer envolvimento no crime. A principal motivação apontada para seu suposto envolvimento no assassinato seria vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol e atual presidente da Embratur.