Líder em desemprego

 

Por Juliana Albuquerque 

No primeiro ano de gestão do governo Raquel Lyra, a taxa de desocupação no Estado caiu. Saiu de 15,6%, em 2022, para 13,4%, no ano passado. Mas mesmo diante de tamanho recuo, consegue a façanha da maior taxa entre os entes federados em 2023, superado apenas da Bahia, com 13,2%.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra Contínua (Pnad), divulgados ontem pelo IBGE. Mostram um mercado de trabalho ainda em recuperação após os dois anos de pandemia. Porém, se nada for feito, a tendência é crescer, uma vez que o cenário macroeconômico do Estado, com projeção de PIB entre os cinco menores do Brasil, estimado em alta de 2,3%, só deve acentuar ainda mais o desemprego.

Não há, até o momento, nenhuma política pública voltada para incentivar a geração de emprego em Pernambuco. Pelo contrário, com o maior ICMS do Brasil, o Estado pode terminar perdendo o poder de atrair novos empreendimentos, responsáveis pela geração de emprego e renda.

A taxa alta de desemprego é algo que desola e tira a esperança de muitos pernambucanos. Mais de 500 mil ficaram a ver navios só nos três últimos meses de 2023, sem encontrar nenhum emprego. A esperança para manter os custos, que só crescem diante de uma política arbitrária de aumento de impostos, se dá naturalmente pelo crescimento da informalidade.

Este último indicador da Pnad chegou a 50,1%, o que significa que metade dos pernambucanos trabalhou na informalidade, sem qualquer tipo de direito constitucional, apenas para sobreviver, em 2023. No Brasil, esse percentual, apesar de ainda alto, foi de 39,1%, enquanto a taxa de desocupação, de 7,8%.

Análise – De acordo com a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, o grande volume de pessoas no mercado informal, sem garantias trabalhistas e com menores rendimentos do trabalho, gera uma insegurança quanto ao futuro, refletindo em menores despesas e compras de menor valor. “Isso reduz as perspectivas de investimento das empresas e diminui as chances de contratação, num ciclo de baixo desempenho econômico no estado”.

Rendimento – A diferença de rendimento entre homem e mulher ainda é grande no Brasil. Segundo o IBGE, as trabalhadoras brasileiras tiveram no quarto trimestre de 2023 um rendimento médio real 20,8% menor que o dos homens. Enquanto o valor recebido por eles no trabalho principal alcançava R$ 3.233, o delas foi R$ 2.562.

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