Problemas estruturais e superlotação são campos férteis para proliferação de facções nas cadeias

Com informações do Estadão – O mapeamento do Ministério da Justiça, divulgado pelo Estadão, aponta que as facções criminosas tiveram origem nos presídios, transformando-se em verdadeiros escritórios do crime.

O sistema prisional brasileiro vem enfrentando desafios significativos devido ao surgimento e crescimento de facções criminosas como PCC e Comando Vermelho, exacerbados pela superlotação carcerária.

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Nascidas nas prisões, elas se expandiram e controlam o tráfico de drogas, armas e outros crimes.

Prisões como escritório

Paes Manso explica que as facções têm origem no sistema prisional. Após o Comando Vermelho surgir no Rio nos anos 1970, o modelo cresceu e chega a São Paulo, com o nascimento do PCC em 1993.

Com o crescimento do déficit de vagas nos presídios, houve aumento desses grupos, influenciando o surgimento de organizações locais. Isso porque, com a superlotação, os detentos passaram a operar uma espécie de autogestão.

”As pessoas são presas, tornam as prisões uma espécie de escritório. Têm ascendência sobre quem está do lado de fora, porque (aquela pessoa) sabe que em algum momento pode passar pela prisão e se for mal visto pelas lideranças, terá de cumprir sua pena ameaçado.”

O relatório da Senappen mostra a incidência de 59 facções classificadas como “locais” no sistema. Na prática, segundo especialistas, elas se aliam a grupos maiores para dar fluxo aos negócios e se impor diante de outras facções, mas criam estruturas semelhantes, com profissionalização e regras próprias.

“O modelo acaba bem sucedido, principalmente, depois da construção dos presídios federais em 2006. Começa o intercâmbio entre presos de diferentes Estados, que levam esse modelo de governança para os outros Estados″, diz Paes Manso. As cinco prisões federais recebem líderes de facções, a pedido dos Estados, como Marcola (PCC) e Fernandinho Beira-Mar (CV).

Fonte: Blog Ricardo Antunes

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