Por André Beltrão – Os sete vândalos e potenciais assassinos torcedores do Sport presos pela polícia, por depredarem e jogarem bombas no ônibus do Fortaleza, certamente sentirão saudades dos tempos em que Isaltino Nascimento, hoje superintendente-geral da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco), era deputado estadual.
Em fevereiro de 2020, quando uma facção como a de agora agrediu torcedores do Santa Cruz no Pátio de Santa Cruz, na Boa Vista, na comemoração de 106 anos do tricolor, Isaltino valeu-se do mandato de deputado para tentar soltar os agressores.
Isaltino hoje não tem mandato parlamentar e, por isso, apesar da hierarquia máxima do cargo funcional na Alepe, pouco pode fazer pelos presos rubro-negros. Seu companheiro de dobradinha em eleições, deputado federal Felipe Carreras (PSB), enredado de vez em quando em suspeitas de negociatas, reveste-se, contudo, de um vigoroso mandato parlamentar.
No último pleito, ambos aparecem, juntos, numa propaganda em que pedem votos à torcida do Sport para se elegerem. Conselheiro do clube e irmão do ex-diretor de futebol Augusto Carreras, o deputado federal postou vídeo nas redes sociais, em 27 de fevereiro último, no qual condena com veemência a punição dada ao Sport pelas agressões ao ônibus do Fortaleza por uma liminar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Apesar de classificar como “marginais e terroristas” os agressores rubro-negros do ônibus do Fortaleza, Carreras anuncia, no vídeo, o envio de ofício ao STJD, à CBF e ao Ministério dos Esportes propondo “equidade” na punição – ou seja, houve, na sua opinião, uma pena excessivamente dura por atingir toda a torcida com a proibição de comparecimento a oito jogos do time, no Recife ou fora.
Os vândalos rubro-negros presos bem que poderiam apelar à fervorosa paixão de Isaltino e Carreras pelo Sport, time de extensa folha corrida de agressões por um pedaço da torcida. Quem sabe, a ajuda poderia vir.