Eduardo Paes e João Campos têm proximidade com Lula e já participaram de reuniões com ele neste ano. No Rio, a situação é vista como mais complicada porque Paes resiste a indicar um petista para sua vice. O entorno do prefeito tem demonstrado preferência por um nome mais ligado a ele, como o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a indicação da vice de Paes precisa ser uma condição para o apoio ao prefeito.
– É posição majoritária do partido – declarou ao Globo.
Em reunião realizada em Brasília e também com participações remotas, a cúpula nacional do PT debateu a situação das duas cidades e também de Curitiba e de João Pessoa. Apesar disso, a única deliberação formal tomada hoje foi remeter a decisão sobre as disputas para uma reunião da Executiva Nacional, grupo com menos pessoas que o diretório.
A presidente do PT disse ainda que as disputas em outras cidades podem ser decididas pela cúpula nacional da legenda.
– As quatro (cidades) foram remetidas à Executiva. O diretório nacional acatou encaminhamento do GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral) e avocou a decisão sobre essas quatro capitais, sem prejuízo de outras que se fizerem necessárias.
Outros integrantes da legenda no Rio, como o deputado Washington Quaquá (PT-RJ), já disseram que o cargo não deveria ser critério para o apoio. De acordo com participantes da reunião de hoje, Quaquá não fez falas durante a reunião e todas as declarações foram no sentido de apoiar a exigência da vice, ainda que nenhuma deliberação tenha sido tomada.
O caso do Rio de Janeiro foi levado para a cúpula nacional do PT justamente para evitar que a direção local da legenda abrisse mão da vice de Paes.
O secretário de Assuntos Federativos do Ministério da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), André Ceciliano, é apontado como uma opção dentro do PT para a vice de Paes. Já no Recife há uma disputa interna entre o deputado Carlos Veras e Mozart Salles, que trabalha na SRI, para serem indicados para a vice de Campos.
A participação do presidente nessas duas cidades foi anunciada na reunião por nomes da legenda como o senador Humberto Costa (PT-PE), que coordena o Grupo de Trabalho Eleitoral da legenda, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) e a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade.
O partido de Lula também pretende resolver impasses em Curitiba, onde o PT se divide entre ter candidatura própria e apoiar Luciano Ducci (PSB), e em João Pessoa, onde a sigla também avalia candidatura própria, mas uma ala quer apoiar o prefeito Cícero Lucena (PP).
Na capital paranaense, Gleisi Hoffmann deseja apoiar o candidato do PSB, mas os deputados petistas Zeca Dirceu e Carol Dartora querem candidatura própria. Em João Pessoa há dúvida sobre apoiar a candidatura da deputada estadual Cida Ramos (PT) ou do atual prefeito, que é aliado do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), político do Centrão próximo do governo Lula.