As esculturas foram erguidas durante três anos com R$ 6 milhões doados pela Unesco, organismo da ONU dedicado à educação, ciência e cultura, obtidos pelo hábil lobismo do ex-dono da propriedade, o economista e empresário pernambucano Roberto Viana, ex-secretário do governo Joaquim Francisco.
Entre as peças, algumas com oito metros de altura, removíveis só com uso de guindastes, há várias esculturas do renomado artista pernambucano José Cláudio, falecido em dezembro último, aos 91 anos.
A grande maioria delas foi erguida por artesãos de Brejo da Madre de Deus, no agreste, convocados por Roberto Viana pela especialização na arte em pedra, cuja obra mais visível é o Teatro de Nova Jerusalém, no distrito de Fazenda Nova.
Considerado o maior teatro ao ar livre do mundo, com lagos artificiais, uma muralha de 3,5 quilômetros, nove palcos, abriga anualmente o espetáculo da Paixão de Cristo, um dos maiores eventos culturais e turísticos do país.
Com mestrado em economia em Cambridge, na Inglaterra, de gosto refinado, Roberto Viana adquiriu a propriedade de cinco milhões de metros quadrados em 1996. Um dos seus objetivos era construir lá um museu de esculturas de pedra ao ar livre, que batizou de Santuário dos Três Reinos, em referência aos elementos vegetal, animal e mineral.
Viana obteve um empréstimo de Janguiê Diniz, paraibano, próspero empresário da educação, que construiu grande fortuna em 12 anos como dono do grupo Ser Educacional, com 295 mil alunos em dezembro de 2022. Como não conseguiu quitar o empréstimo, perdeu a propriedade, dada em garantia, para Janguiê.
Como foi noticiado, a propriedade do empresário foi flagrada há uma semana em ação ilegal de desmatamento, com uso de retroescavadeira que acabou apreendida. Em meio a impropérios aos agentes da fiscalização, seu irmão Jair disse que o prefeito João Campos (PSB) tinha conhecimento das intervenções e sempre foi parceiro de Janguiê, postou a mídia.