O episódio foi uma das provas citada pela PGR para denunciar os dois por falsidade ideológica e crimes de invasão a dispositivo informático.
De acordo com a denúncia, uma minuta do mandado de prisão contra Moraes foi gerada no computador de Delgatti às s 17h12 do dia 4 de janeiro de 2023. Um arquivo com o mesmo teor foi acessado por Zambelli às 18h39 do mesmo dia. Segundo a PGR, os dois arquivos têm o mesmo código, o que indica que foi repassado entre eles. A existência do falso mandado só foi divulgada na noite do dia 4.
“Dessa dinâmica é possível inferir que, logo após emitir o arquivo, Walter Delgatti o encaminhou para Carla Zambelli, em cumprimento ao acordo que haviam entabulado”, escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Ainda de acordo com a denúncia, outro arquivo, com uma ordem falsa de quebra do sigilo bancário de Moraes, também foi encontrado com os dois.
Paulo Gonet afirma que Zambelli atuou para “gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira”.
“A denunciada Carla Zambelli exerceu papel central na prática dos delitos relatados. Ela arregimentou o executor dos delitos, Walter Delgatti, mediante promessa de benefícios, com o objetivo de gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira, para obter vantagem de ordem política, propondo-se, desde o princípio, à invasão a dispositivo informático, que, afinal, determinou, participando ativamente de produção de ordem judicial ideologicamente falsa”, declarou o procurador-geral.