Opinião
Além de reprovado pela esmagadora maioria do povo pernambucano, conforme levantamento dos mais variados institutos de pesquisas, o Governo Raquel Lyra (PSDB) revela uma face de comadres. Segundo o Portal da Transparência, somente em 2023 a governadora destinou R$ 29,2 milhões à Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Garanhuns, e este ano já designou ao mesmo hospital R$ 13,9 milhões, totalizando R$ 43 milhões em repasses do tesouro estadual.
O termo comadres tem uma explicação: a referida unidade hospitalar tem como sócio administrador o empresário Jorge de Noronha Branco Neto, esposo da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania). Enquanto isso, hospitais na Região Metropolitana, igualmente conveniados ao Sassepe, estão suspendendo o atendimento de pacientes servidores do Estado por falta de pagamento.
Conheço um médico que, pedindo reservas, me revelou que tem a receber R$ 15 milhões de dívidas já vencidas, sem que a governadora manifeste a menor intenção de pagar. Se em Garanhuns o hospital da família da vice nada em dinheiro, o Regional Dom Moura agoniza. Suas estruturas físicas estão precárias e há comprometimento nos equipamentos de monitoramento, além de uma escala médica deficitária.
Este duro e injusto contraste entre o privado e público, no tratamento dispensado pela governadora, fere, flagrantemente, princípios basilares da administração pública, como impessoalidade e moralidade.
Resumo da ópera: enquanto Raquel Mandacaru (não dá sombra nem encosto a ninguém) usa recursos públicos para abastecer o cofre de instituição privada, beneficiando familiares de governantes, os pacientes do Hospital Dom Moura são submetidos a filas intermináveis em ambientes sem refrigeração e condições sanitárias inadequadas.
Drama não diferente de desumanidade e desrespeito a pacientes se observa também em Upas do município.