Comissão de Ética da Presidência abre investigação preliminar contra ministro da CGU por suposto conflito de interesses

 

Relator do caso na Comissão de Ética foi indicado durante o governo Bolsonaro para o cargo

O ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho
O ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República iniciou uma investigação preliminar para examinar uma suposta situação de conflito de interesses envolvendo o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) no governo Lula (PT), Vinícius de Carvalho. A comissão está averiguando se existe um conflito de interesses devido ao fato de o escritório de advocacia do ministro representar a Novonor (antiga Odebrecht), enquanto a empresa está em processo de renegociação do acordo de leniência com a CGU, estabelecido no âmbito da Operação Lava Jato, informa Igor Gadelha, do Metrópoles. Desde que assumiu a liderança da CGU em janeiro de 2023, o ministro está afastado da advocacia. Sua esposa, Marcela Mattiuzzo, continua como responsável pelo escritório.

O caso foi designado por sorteio ao conselheiro Edson Leonardo Teles, nomeado para o colegiado em 2021, durante o governo Bolsonaro, com mandato até maio de 2024. O conselheiro já iniciou as investigações sobre o assunto, mas ainda não indicou quando pretende apresentar o tema ao plenário da comissão, que decidirá se abre ou não um processo de apuração ética contra o chefe da CGU.

Em uma declaração sobre o assunto, o Carvalho nega qualquer conflito de interesses. Ele argumenta estar “totalmente afastado de quaisquer atividades do escritório” desde 29 de dezembro de 2022. Carvalho destaca também que os processos de renegociação dos acordos de leniência são conduzidos por funcionários efetivos da CGU e da Advocacia-Geral da União (AGU), e que os ministros das duas pastas só intervêm após decisão das áreas técnicas. “A exemplo do que já fiz em outros casos, declaro-me impedido de decidir sobre eventuais propostas de alteração do acordo de leniência com a Novonor”, acrescentou.

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