O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na noite de ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma reunião. O evento ocorre em meio ao desgaste entre o Palácio do Planalto e o Congresso. No domingo, Lula já havia se encontrado com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. Lira defende maior participação de Lula na articulação política
O Congresso vem se queixando de algumas medidas do Executivo nos últimos dias. Entre elas, o represamento do pagamento de emendas parlamentares, a judicialização de projeto aprovado pelo Congresso e falta de diálogo.
Nesta semana, Pacheco disse, em entrevista coletiva no Senado, que o governo cometeu um “erro primário” ao contestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), o projeto aprovado por Câmara e Senado que estende até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de empresas dos 17 setores que mais empregam na economia.
Dias antes, no fim de semana, Pacheco respondeu a uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Haddad, o Congresso deveria se preocupar com responsabilidade fiscal. O ministro quis dizer com isso que deputados e senadores têm aprovado medidas que geram gastos para o governo sem apontar uma compensação fiscal.
Ao rebater Haddad, Pacheco afirmou que parlamentares não são obrigados a aderir ao governo. Com as reuniões, tanto com Lira quanto com Pacheco, Lula busca desfazer esses pontos de tensão para garantir um cenário favorável aos projetos do governo no Congresso.
Líderes dos partidos no Senado, e mesmo ministros do governo, se ressentem da pouca participação de Lula no diálogo do dia a dia com o Congresso. Os parlamentares argumentam que uma coisa é negociar com Lula. Outra, completamente diferente, é negociar com aliados.