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A prisão do suspeito foi convertida em preventiva após decisão em audiência de custódia, no Fórum de Olinda, no Grande Recife (Foto: Arquivo ) |
O homem de 50 anos que foi preso por ameaçar uma oficiala de Justiça, por meio de ligação de WhatsApp, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia, nesta sexta-feira (24).
A informação foi confirmada pela assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que informou que o juiz de plantão do Polo de Audiências de Custódia de Olinda decidiu converter a prisão do suspeito identificado como Luciano Manoel da Silva.
Agora, ele será encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, onde ficará à disposição da Justiça.
A oficiala de Justiça foi alvo de agressões verbais e ameaças, em uma ligação, quando estava trabalhando, na quarta-feira (22).
O suspeito foi preso por volta das da quinta-feira (23), pelo delegado titular da Delegacia de Itamaracá, Gilmar Rodrigues.
Durante a ligação em que ameaçou a oficiala de Justiça, o suspeito ainda proferiu xingamentos e ameaças a dois juízes, sendo um deles uma magistrada que é chefe da oficiala de justiça.
Ele foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia de Paulista, também no Grande Recife.
História
Luciano recebeu uma intimação há 20 dias por causa de uma medida protetiva, prevista na Lei Maria da Penha, por cometer o crime de violência doméstica.
O primeiro contato da oficiala de Justiça com o suspeito foi feito por telefone.
Assim, o homem obteve o número dela e salvou o contato da profissional.
Como foi
Nessa ligação, a oficiala de Justiça recebeu uma chamada de Luciano, por WhatsApp, e disse ter recebido ameaças.
Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, na quinta (23), a profissional contou que Luciano disse que iria “pegá-la” e afirmou ser integrante da facção criminosa conhecida como “Trem Bala”, grupo criminoso que atua em diversas regiões do Estado, mas fortemente nas cidades de Ipojuca e Itamaracá, no Grande Recife.
A oficiala disse também que o suspeito disse que “iria pegar a juíza de Igarassu e o juiz de Itamaracá”.
Diante de todas as queixas, também registradas na na Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife, foi elaborado um boletim de ocorrência (BO)
contra o suspeito.
O boletim de ocorrência classifica os crimes como ameaça, desacato e injúria, todos dolosos e consumados.
A oficiala de Justiça falou que após as ameaças, ela se sente amedrontada, contudo, não pretende pedir licença.
“Estou firme e forte na luta. Porém, depois desse episódio, confesso que estou amedrontada. Não foi a primeira vez que recebi ameaças. A nossa profissão é de risco. A gente está na linha de frente, pois enquanto a Polícia Militar entra em comunidade com viatura, colete e arma, a gente entra com caneta e papel. Vamos para rua sozinhas. Itamaracá é muito pequeno e trabalhamos só”, falou a oficial de Justiça.
“A resposta foi dada (prisão do suspeito) e a gente não vai abaixar a cabeça não. A luta é grande. No desenrolar das investigações, vamos ver como vai proceder. Mas continuo trabalhando firme e forte”, acrescentou a profissional.