Estratégia para reverter desgaste

Opinião

Desde que percebeu que a avaliação da sua gestão cresce feito rabo de cavalo, para baixo, a governadora Raquel Lyra (PSDB) botou o pé na estrada e está sendo vista com mais frequência no Interior. Foi orientada pelo seu marqueteiro que uma tentativa com chances de ser bem-sucedida para reverter a sua enorme impopularidade seria mostrar ações dos grotões para a capital.

Nos longínquos municípios, na concepção dos que fazem a cabeça da governadora, as populações se contentam com muito pouco. Uma estrada restaurada, por exemplo, ou a ampliação de ofertas de leitos em hospitais regionais, levariam essa gente beneficiada a ter mais confiança no Governo e reconhecer que está fazendo algo de bom.

Tem uma certa lógica, mas isso para surtir efeito, a ponto de mexer nos números adversos da Região Metropolitana, que são estratosféricos, porque há mais cobranças e camadas da sociedade mais exigentes, a mão do Governo teria que ser vista em todos os recantos do Estado, do litoral ao Sertão, o que, convenhamos, leva muito tempo.

Além disso, a governadora Mandacaru (não dá sombra nem encosto para ninguém) tem que passar a governar sem a bílis, sem discriminações. Sua rejeição é mais visível, sem dúvida, em municípios administrados por prefeitos do PSB. Um exemplo bem claro se viu na pesquisa do Opinião em Surubim.

Um dos municípios mais importantes do Agreste Setentrional, Surubim não viu ainda nenhum tipo de ação do Governo do Estado, porque é gerido pela socialista Ana Célia, integrante do grupo político do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, adversário derrotado por Raquel nas eleições de 2022.

Pelo levantamento do Opinião, quase 60% dos surubinenses desaprovam o Governo Raquel. Em números exatos, 57,8% dos entrevistados. Se as obras estaduais não aparecerem na capital da vaquejada, quem vai pagar essa conta será o candidato a prefeito que tiver alinhamento com Raquel Mandacaru.

Governo do fígado – Não há exemplo mais atual e inaceitável de que a governadora gere o Estado com o fígado como o tratamento dado ao Festival de Inverno de Garanhuns. Na versão do ano passado, ela humilhou o prefeito Sivaldo Albino, que é do PSB, que chegou a tomar conhecimento da data do evento e da sua grade pela mídia. Para este ano, a postura dele piorou. Criou um festival para concorrer com mais tradicional e esperado do ano, o de Garanhuns.

Gabinete paralelo – Em Garanhuns, aliás, a governadora criou um governo paralelo para atender ao seu líder na Assembleia Legislativa, Izaías Régis (PSDB), pré-candidato a prefeito e adversário figadal de Sivaldo. Ao mesmo tempo, carreou recursos para injetar num hospital da família da vice-governadora Priscila Krause, enquanto a unidade regional de saúde está às moscas, conforme atestaram deputados da oposição que ali estiveram recentemente.

 

Do Blog do Magno Martins

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