Wagner não tolera Haddad porque enxerga nele um concorrente para 2026. Já há uma briga sem precedentes no Palácio entre os principais líderes do PT pela vaga de Lula, caso o presidente resolva não disputar a reeleição. Wagner é um deles e sabe que se Haddad der certo na Fazenda, vira o nome natural apoiado por Lula.
Por isso, passou a detonar a política econômica do Governo, mesmo na condição de líder no Senado. Por outro lado, o que se fala em Brasília também é sobre a improvisação para gastar mais entre os ministros de Lula. O presidente e a sua trupe de comediantes ministeriais não têm a mais remota ideia de como administrar um país, segundo relatam aliados do próprio governo.
“Veja-se a trapalhada que fizeram com essa MP do Fim do Mundo. Para compensar a progressão na volta da oneração fiscal da folha de pagamentos das empresas, o ministro Fernando Haddad tirou da cachola limitar que as empresas paguem o PIS/Cofins com créditos tributários”, relatou um governista ao site Metrópole.
De acordo com ele, a grita foi geral. O impacto da medida no caixa das empresas seria imediato e bilionário. Só na indústria, significaria um aumento de custo da ordem de R$ 29 bilhões até o final do ano, e de R$ 60 bilhões em 2025, segundo a estimativa da CNI. Quando uma empresa tem aumento de custo, ela repassa para o consumidor. Ou seja, a estrovenga causaria mais inflação e, assim, impediria a queda dos juros — quer dizer, se for respeitada a independência do Banco Central.
Diante do desastre anunciado, o presidente do Senado devolveu o trecho sobre a limitação que estava na MP do Fim do Mundo. Veio à tona, segundo ainda o site, que Fernando Haddad e sua equipe imaginaram o troço, o ministro não avisou os colegas da Esplanada, encarregou a Receita Federal de fazer o projeto — a Receita Federal que sempre calca a mão peluda do governo — e viajou para a Europa um dia antes do anúncio da medida.
Ninguém se preocupou em calcular o impacto sobre as empresas e os consumidores. Só pensaram em avançar sobre o dinheiro alheio. Como se não bastasse a trapalhada que Rodrigo Pacheco evitou em cima do lance, Lula foi a um evento no Rio de Janeiro e afirmou que “o aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão alcançar a meta de déficit sem comprometer os investimentos”, acrescenta uma fonte.