Nesta sexta-feira (5), a Santa Sé anunciou a excomunhão do arcebispo Carlo Maria Viganò, um pároco ultraconservador que tentou derrubar o Papa Francisco e prendê-lo com a Guarda Suíça.
A excomunhão se deu por um motivo simples: Viganò – que foi embaixador do Vaticano em diferentes países – deixou de reconhecer a legitimidade do Papa Francisco em 2018 e, desde então, tem atentado contra a autoridade do Sumo Pontífice.
Ele se aliou aos grupos mais extremos da Igreja Católica, os sedevacantistas, que acreditam que o Papa é ilegítimo. Este tipo de conflito se acentuou após o Papa Francisco fazer acenos mais progressistas na Igreja.
Amado pelos bolsonaristas
Viganò se tornou um ídolo dos mais radicais extremistas de direita após abraçar teorias da conspiração envolvendo Hillary Clinton e outras tramas do movimento QAnon.
Nos comentários no Twitter sobre a excomunhão do arcebispo Viganò, muitos bolsonaristas elogiam a postura do arcebispo excomungado, afirmando que ele trava uma batalha contra um papa “ideológico”.
Outros católicos lamentaram pela excomunhão, mas reconheceram que não há como se manter na fé sem reconhecer a autoridade do Papa.
No Jornal da Cidade Online, um dos mais famosos propagadores de fake news da extrema direita, uma carta de Viganò ao ex-presidente Donald Trump ganhou destaque no ano de 2020.
No texto, ele afirmava que Trump era o protagonista de uma luta entre os “filhos da luz” e os “filhos das trevas”, uma típica narrativa de extremíssima direita adotada pelos conspiracionistas do bolsonarismo mais radical.
O artigo assinado por Carlos Adriano Ferraz afirma que a carta “também deveria ser lida com atenção pelo nosso Presidente, Jair Bolsonaro”.