Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
O presidente Lula (PT) não gostou dos 54% de aprovação da sua gestão na pesquisa Quaest, uma reação de quatro pontos percentuais, aliás, em relação ao último levantamento, na qual estava com 54%. Repercutiram de maneira considerável as declarações dele, quando tratou da sua popularidade, em cima de um messianismo atroz, quando afirmou que ele é “o povo na presidência da República”. E que não são as pesquisas que vão balizar o sentimento do povo.
O que se viu no pronunciamento de Lula foi um longo autoelogio no qual argumenta que, por sua trajetória única, pode se considerar o dirigente mundial mais capaz de conduzir sua população – talvez em todos os tempos. Para a plateia favorável, ele afirmou que vive o melhor momento de sua vida política, mesmo que não viva a fase mais popular de sua trajetória.
“Quando deixei dia 31 de dezembro o meu mandato, eu tinha 87% de bom e ótimo. Eu tinha 10% de regular e eu tinha 3% de ruim/péssimo. Nunca na história do País um presidente terminou tão bem. Agora o mundo político mudou. A coisa está mais polarizada”, lamentou.
Se Lula não gostou dos 54%, imagine o que deve dizer nos próximos dias em relação a um novo levantamento, o do Ipec (ex-Ibope), no qual seu governo tem apenas 37% de aprovação? E que foi divulgada ontem. A aprovação à gestão petista passou de 33%, em março, para 37% em julho e se descolou da reprovação, que oscilou de 32% para 31%. Outros 31% dizem considerar a administração regular e 2% não sabem ou não responderam.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento, feito entre os dias 4 e 8 de julho, ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais em 129 municípios.
O resultado divulgado nesta quinta-feira (11) pelo portal G1 repete tendência verificada em pesquisas recentes do Datafolha e da Quaest. No levantamento de março do Ipec, a gestão Lula havia registrado uma piora na aprovação (índices ótimo e bom), que havia passado dos 38% observados em dezembro para 33% e atingido seu nível mais baixo do mandato. A reprovação (índice ruim e péssimo), na ocasião, havia oscilado de 30% para 33%.
Os dados de julho revertem essa tendência e se aproximam dos patamares verificados no final do ano passado (quando a aprovação era de 38% e a reprovação, de 30%). O melhor cenário numérico do governo Lula 3 na série histórica do Ipec foi em março de 2023, com 41% de ótimo/bom e 24% de ruim/péssimo.
Segundo os dados do instituto, neste mês de julho os avanços mais significativos na aprovação do governo foram entre as pessoas que vivem no Nordeste (cujo índice de ótimo/bom passou de 43% para 53%) e entre os que possuem renda familiar mensal de até um salário-mínimo (de 39% para 48%).