João virou ventríloquo de Raquel

Opinião

Prefeito do Recife e candidato à reeleição pelo PSB, o engenheiro João Campos revelou maturidade política ao conduzir o processo da escolha do seu candidato a vice sem provocar reações no seu campo partidário capazes de gerar sequelas. No PT nacional, foi elogiado pelo presidente Lula e Gleisi Hoffmann, a chefona da legenda no plano nacional.

Na província, a única voz destoante foi a de João Paulo. Na condição de parlamentar integrante da bancada petista na Assembleia Legislativa, mas ainda sem superar a dor de cotovelo por não mais ter conseguido voltar a gerir a Prefeitura do Recife, sendo hoje considerado um político em fim de carreira, João Paulo recorreu ao deboche pelas redes sociais, informando que só lhe restava uma boa risada com a escolha de Victor Marques, ex-chefe de gabinete de João, como vice.

Foi mais além. Numa entrevista à Rádio JC, disse que o PT ficou numa condição “humilhante” ao tentar e não conseguir indicar o vice de João. “Eu já colocava que foi uma posição humilhante para o PT, para a importância política que o PT tem, com a presidência da República e dois senadores pernambucanos”, disse João.

E acrescentou: “Acho que o PT errou na dosagem, porque vice não se dá fazendo prévias. Vice é fruto de uma correlação de forças políticas. E acho que isso está faltando, faltando a real compreensão da força que nós temos”.

Se tudo isso João Paulo tivesse dito com o respaldo e autoridade de quem fala em nome do PT, o tiro teria sido certeiro. Ele tem lá suas razões. Mas o deputado é, hoje, considerado um ventríloquo da governadora Raquel Lyra (PSDB). Na linguagem política, ventríloquo é um boneco, fantoche, que fala dando a impressão de que a sua voz vem de outra fonte.

Sendo assim, João Paulo perdeu credibilidade, não fala mais em nome do PT. Aliás, ele era um petista histórico, abandonou a legenda quando Lula foi preso, se refugiou por um certo tempo no PCdoB, mas depois voltou como uma Maria arrependida. Razão de sobra tinha o pensador Cícero Braz quando disse: “Políticos têm muitos, mas homens de moral e caráter são poucos”.

Por: Magno Martins

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