Letalidade policial em SP aumenta 94% no primeiro semestre de 2024
O índice se equipara ao dos anos em que a PM não utilizava câmeras corporais
A implementação da tecnologia na PM de São Paulo começou a ser ensaiada em 2014, mas foi posta em prática somente em 2021, após uma alta nos índices de letalidade em meio a pandemia de Covid-19. Estudos apontaram que a adoção das câmeras corporais teve um efeito positivo, tendo impacto direto de 57% na redução do número de mortes em intervenções policiais e queda de 63% nas lesões corporais causadas por policiais militares, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No entanto, os índices de letalidade voltaram a subir no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em maio deste ano, o Executivo de São Paulo lançou um edital para contratar 12 mil novos equipamentos para a PM, que substituirão os 10.125 atuais. Mas ao contrário dos aparelhos atuais, os novos só serão acionados pelo policial no início de uma ocorrência.
Especialistas apontam que a medida por aumentar ainda mais os números de mortes causadas em intervenções da PM, mesmo ressaltando que o uso das câmeras não freia a violência policial. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou em nota que para reduzir a letalidade policial, investe continuamente na “capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas”.