“Agosto Lilás”: Ministério das Mulheres busca aproximação com evangélicas para alcançar o “feminicídio zero”
Por Redação
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou nesta sexta-feira (2), durante um café com jornalistas mulheres, que o Ministério tem o objetivo de estabelecer um diálogo com mulheres evangélicas a fim de realizar uma mobilização nacional que busque zerar o feminicídio no país.
De acordo com a ministra, o diálogo com mulheres evangélicas já foi aberto, porém, as diretrizes para esta aproximação só deverão ser traçadas no mês de setembro. Além disso, Gonçalves informou ainda que a pasta também buscou diálogo com equipes de futebol, empresas e movimentos sociais.
O aumento das mortes de mulheres no Brasil revelado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública vai de encontro aos números absolutos nacionais. Uma vez que, em 2023, foram constatadas 46.328 mortes violentas intencionais no Brasil, 3,4% a menos que no ano de 2022.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O FUTEBOL
No que tange às equipes de futebol, a ministra afirmou que apresentou a dirigentes de clubes e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) os dados de uma pesquisa realizada pelo Fórum de Segurança Pública com o Instituto Avon em 2022. O estudo aponta que a violência contra mulheres aumenta em dias de jogo.
De acordo com a pesquisa, o registro de boletins de ocorrência de ameaça contra mulheres aumenta em 23,7% nos dias em que ao menos um dos times da cidade joga, e, quando a partida acontece na própria cidade, o aumento dos registros de lesão corporal é de 25,9%
De acordo com a ministra, algumas ações serão implementadas pelos clubes para brecar o avanço da violência contra as mulheres, como a utilização de braçadeiras com mensagens além de ações de conscientização.
PREOCUPAÇÃO ALÉM DO AGOSTO LILÁS
Uma das preocupações do ministério é que a busca do “feminicídio zero” se estenda além do “Agosto Lilás”, campanha que visa dedicar o mês à conscientização contra a violência que atinge as mulheres.
Durante o café, integrantes da pasta comentaram também acerca do corte orçamentário do ministério feito pelo governo. De acordo com eles, a forma como a redução dos gastos será realizada ainda deverá ser avaliada.
A ministra ainda mencionou que não vê o corte como um desprestígio e que a pasta tentará fazer o possível para poder realizar cortes apenas no que tange o gerenciamento administrativo, tentando manter o investimento em projetos e políticas para as mulheres intacto.