Petistas e aliados tentam abafar crise com o PP na Bahia
Lilian Machado
Aliados mais próximos do governador Jaques Wagner (PT), como o vice-governador e presidente do PSD baiano, reservado na composição para ser o candidato ao Senado, Otto Alencar, também desconsideram uma quebra na relação com a sigla comandada no Estado pelos deputados federais João Leão e Mário Negromonte.
Os sinais de insatisfação dos progressistas com o governo, supostamente motivada pela conversação sobre a vice, foram minimizados pelas lideranças políticas.
“Não há riscos. É natural que em momento de fechamento de chapa aconteçam diversas especulações. Temos uma relação consolidada com o PP, diferente do que vem sendo dito”, disse o líder da bancada petista, Rosemberg. Ele relatou que teve uma conversa com os deputados estaduais do PP Cacá Leão e Mário Negromonte Jr. e foi evidenciado que não há divergências, nem ameaças de rompimento.
Rosemberg acusou possíveis adversários, como causadores do clima de contenda. “Tem um conjunto de pessoas que têm interesse que esse casamento não dê certo. É como um casal em que há alguém interessado para que ocorram discussões e ocorra a separação. São interesses em desestruturar o que vem dando certo”, frisou o deputado. Ainda conforme o petista, o governador está discutindo a escolha da vice com os partidos, inclusive com o PP. “O nome será aquele que mais agregar no momento a chapa. Pode ser Marcelo Nilo (PDT), presidente da Assembleia Legislativa, Mário Negromonte ou outro. A priori não há preferências, pois cada um tem seus méritos”, acrescentou.
O presidente do PT baiano lembrou que o PP tem participado da elaboração do programa de governo participativo. “Estamos participando junto das caravanas pelo interior. Amanhã estaremos em Itabuna e domingo em Santo Antônio de Jesus. Nossa agenda está de vento em popa e as ações concretas estão acontecendo conjuntamente”, reforçou.
Um dos interessados na continuidade do PP no projeto, já que irá para disputa na chapa governista, Otto disse que o PP tem “lideranças experientes” que não se afastarão do projeto. “O que vale é a conversa com o governador. Não se vê nenhuma dificuldade e eu creio que sairemos unidos”, ressaltou. O vice-governador, porém, não deixou de mandar o recado: “Na política só se toma decisão quando se exige”. Segundo ele, “é preciso aguardar” o prazo estipulado por Wagner para o desfecho da composição, que deve acontecer após a folia de Momo.