Lira quer definir sucessor na Câmara e busca nome apoiado por Bolsonaro e sem veto de Lula
A escolha de um nome que não enfrente um veto de Lula é vista com bons olhos pelo governo
A urgência de Lira em definir a indicação ainda este mês tem como objetivo evitar que a eleição interna da Câmara seja utilizada como ferramenta de pressão durante as eleições municipais. Tradicionalmente, a disputa pelo comando da Câmara envolve três ou quatro candidatos, mas Lira deseja unificar as bases para enfraquecer possíveis adversários.
Para alcançar essa unificação, aliados de Lira afirmam que ele deve negociar espaços estratégicos, utilizando o cargo de vice-presidente da Casa, por exemplo, como instrumento de troca. Essas negociações já estão em andamento tanto com integrantes do governo Lula quanto com Jair Bolsonaro.
A base de apoio de Lira confirma que sua indicação será de alguém alinhado com Bolsonaro, já que o PL possui 93 deputados, representando a maior força na Câmara.
A escolha de um nome que não enfrente um veto de Lula é vista com bons olhos pelo governo, que não possui um candidato forte para disputar contra a indicação de Lira. A administração federal deseja evitar um cenário de conflito semelhante ao enfrentado por Dilma Rousseff com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que articulou o golpe que derrubou a então presidente.
Nos bastidores, um nome que surge com apoio de setores da Câmara, mas sem simpatia do Planalto, é o do deputado Elmar Nascimento (União-BA). Anteriormente, membros do PT se mostraram contrários a Nascimento quando ele foi cogitado para comandar o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.