Homem é preso após agredir a mãe e a irmã no Agreste; Pernambuco tem média de 143 casos por dia de violência doméstica em sete meses
Este tipo de crime que tem uma média diária de 143 casos e mais de 4 mil ocorrências por mês, entre janeiro a julho deste ano, de acordo com a SDS
Por: Wilson Maranhão
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| Foto: Rafael Vieira/Arquivo DP |
Um homem de 21 anos foi preso após agredir a mãe e a irmã dentro de casa, na zona rural de Lajedo, Agreste do Estado.
O suspeito ainda quebrou vários móveis da residência e ameaçou familiares. O caso de violência doméstica/familiar aconteceu nessa quinta-feira (9).
Este tipo de crime que tem uma média diária de 143 casos e mais de 4 mil ocorrências por mês, entre janeiro a julho deste ano, de acordo com os dados estatísticos da Secretaria de Defesa Social (SDS).
As vítimas, uma mulher de 51 anos e outra de 27, também foram expulsas de casa pelo agressor, no Sítio Olho D’água Velho.
Informações repassadas por testemunhas à polícia dão conta que o suspeito, identificado como Diego Feitosa da Silva, de 21 anos, chegou em casa com comportamento agressivo e teria jogado a mãe no chão e dado um soco no rosto da irmã.
O caso deve ser investigado pela Delegacia de Lajedo. “O autor foi levado à delegacia para realização dos procedimentos cabíveis, ficando à disposição da justiça após audiência de custódia”, disse a polícia, por meio de nota.
Balanço de violência doméstica
De acordo com estatísticas da SDS divulgadas esta semana, revelam que entre janeiro a julho deste ano, foram contabilizadas 30.636 ocorrências de violência doméstica/familiar.
Isso significa uma média diária de 143 ocorrências e 4.376 casos por mês.
São contabilizados casos de morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, além de danos moral e patrimonial.
No mês de julho, a pasta registrou 3.772 casos contabilizados nos 31 dias do mês.
Por regiões
Segundo os dados da SDS, o interior foi o líder no ranking de regiões com mais casos de violência contra a mulher no estado, em julho.
A SDS contabilizou 1.931 casos fora da Região Metropolitana do Recife nos 31 dias do mês passado.
Já a Região Metropolitana vem na segunda posição, com um total de 1.208 casos em julho.
Já a capital pernambucana somou 633 ocorrências neste período.
No acumulado da séria histórica entre janeiro a julho deste ano, o Interior do Estado soma 15548 casos, seguido da Região Metropolitana com 9.421 e a capital pernambucana com 5.667 casos.
Pesquisa
Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa DataSenado, divulgado no mês de fevereiro, apontou que Pernambuco é o décimo estado no ranking de uma pesquisa que entrevistou mulheres que declararam já ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homens.
Em Pernambuco, 30% das mulheres entrevistadas declararam já ter sido vítimas deste tipo de crime. O estado que lidera o ranking é o Amazonas, com 38%.
No mesmo levantamento, foi apontado que cerca de metade das moradoras dos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro acreditam que as mulheres não são tratadas com respeito no Brasil (53%, 53% e 55%, respectivamente). Os índices ultrapassam o obtido na pesquisa nacional (46%).
Na pesquisa, foram entrevistadas 21.787 brasileiras, com 16 anos ou mais, por telefone, entre os dias 21 de agosto e 25 de setembro de 2023.
Canal de denúncia
Mulheres vítimas de violência doméstica que utilizam a Unidade Portátil de Rastreamento (UPR) podem denunciar novos casos de agressão através do número 0800.643.5508.
A iniciativa de criar uma central exclusiva para este público é da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP).
A linha telefônica é operada pelo Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas (CEMEP) e o atendimento é realizado 24 horas, todos os dias da semana.
A Unidade Portátil de Rastreamento funciona como um alerta de proximidade do agressor, como mecanismos para prevenir, coibir e punir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Diferente da tornozeleira eletrônica, ela não fica presa ao corpo e pode ser levada em uma bolsa, por exemplo.