Descaso, abandono e revolta em localidade do interior de Canudos
Grazzielli Brito – Ação Popular
Os moradores da localidade de Cinquenta, em Canudos, Bahia, se queixam da maneira como a atual administração municipal vem tratando seus munícipes. A comunidade não é atendida em seus serviços básicos, como água, iluminação, segurança e saúde. As denúncias de abandono vêm de um povo humilde e simples, mas que sabe que tem seus direitos e que eles não estão sendo garantidos.
O irrigante Raimundo José Costa lamenta ver a comunidade em que sempre viveu esquecida pelo poder público. “Estamos abandonados. Todos os que se elegem só se preocupam com eles mesmos. Cinquenta é esquecida. As estradas são ruins, quando eles fazem alguma coisa é enganação, passam a máquina aí na estrada só aterrando os buracos”, conta.
E as queixas são inúmeras. “Iluminação tem em um lado e do outro não. Segurança não existe. Temos água nas torneiras porque fizeram uma gambiarra esses dias e ainda assim nem terminaram só porque é época de eleição. O atendimento de saúde que tínhamos era de um ônibus que vinha, mas que não passa aqui há mais de dois meses”, denuncia o irrigante que ainda sobre a saúde revela: “Se alguém adoecer tem que ir buscar atendimento em Canudos e lá, o atendimento é muito ruim. Não tem remédio, muitas vezes não tem nem médico. Daí o doente é obrigado a ir para Juazeiro, Pombal ou Euclides da Cunha correndo o risco de morte”.
O que deixa Seu Raimundo ainda mais indignado é o fato da prefeitura não ter realizado nada pela localidade de Cinquenta e ainda fazer falsa propaganda. “Eles ficam dizendo que construíram uma quadra de esportes aqui. E quero que todo mundo saiba que o que ele chama de quadra esportiva é esse areão com esses pedaços de madeira que servem como trave. Essa administração foi fraca demais, só vem promessa obra nenhuma. Ela é desastrada, pior que essa nunca vi em minha vida”, lamenta.
Outro morador, Fábio Freitas da Silva, conta que o prefeito Arcenio Almeida, o popular Senoca (PRB) faz uma gestão de perseguição. “Minha esposa, Ana Cláudia Oliveira, trabalha na educação. Ela esta doente, fez cirurgia nos rins, e a diretora da escola diz que ela está afastada pra fazer política para o adversário político deles. O pessoal da prefeitura tira até foto da gente quando saímos de casa. Porque querem que ela participe dos movimentos de campanha dele. Eu sou casado com ela há cinco anos e minha esposa tem que andar agarrada com o prefeito. Isso é um absurdo. A diretora da escola é esposa de um vereador ligado ao prefeito, e ainda aquele tipo de gente que gosta de humilhar as pessoas como fez com a minha esposa quando fui socorrer as pressas na porta da escola chorando há poucos dias”, contou.
Fábio ainda relata que as casas populares que tiveram suas obras iniciadas e não concluídas em Canudos, foi um acinte para a população. “Começaram e depois largaram no meio do tempo. O Pessoal ta é carregando as telhas, o resto de material que ficou. Lá hoje não tem mais nada. Essa administração é péssima”, desabafou.
Com a palavra a administração municipal.