O fotógrafo Bob Wolfenson é autor de ensaios para a “Playboy” que ele considera memoráveis, como o que ele fez com Alessandra Negrini em 2000, pelas ruas do Rio. Mas o profissional, hoje olhando para trás, diz ter vergonha das fotos que fazia no início do trabalho na revista, como se seguisse uma receita para agradar os leitores na década de 1980.
“No começo, eu cumpria a cartilha, duas fotos de bunda, três de peito… Acho bem ruim esse trabalho. Se vejo hoje, me dá vergonha. Atualmente, não teria sentido existir uma revista como essa. Na época, eu não percebia que estava a serviço de uma coisa machista”, afirmou Bob na “Veja São Paulo”.
Para o fotógrafo, no entanto, a virada aconteceu quando as mulheres passaram a controlar tudo ao aceitar posar para a “Playboy” em troca de cifras milionárias: “Elas controlavam tudo e ganhavam uma participação nas vendas, além do cachê milionário. Nesse sentido, era um twist na questão da objetificação. Foi muito marcante”.
Entre os ensaios, Bob Wolfenson destaca o que fez com Maitê Proença na Sicília, na Itália. Um trabalho que, segundo suas próprias palavras, “mudou tudo”. A atriz, inclusive, deu seu depoimento sobre essa parceria com o fotógrafo.
“Escolhemos o lugar pelo contraste, porque era extremamente católico e moralista. Foi praticamente fotojornalismo, eu conversava com aquelas velhinhas ou senhorzinhos, vestida, e, de repente, tirava a roupa e ele começava a fotografar”, lembra Maitê sobre seu segundo ensaio na publicação.