PGR deve deixar decisão sobre investigações envolvendo Bolsonaro para depois das eleições municipais
Avaliação é que procurador-geral da República, Paulo Gonet, tende a evitar decisões que possam ter repercussões políticas durante o período eleitoral
Segundo o jornal O Globo, fontes próximas ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, indicam que ele tende a evitar decisões que possam ter repercussões políticas durante o período eleitoral. Nos bastidores da PGR, avalia-se que Gonet tem agido com cautela em casos que possam gerar grande impacto político, ponderando todos os fatos antes de tomar qualquer decisão.
Em julho, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras onze pessoas no inquérito sobre o desvio de joias do acervo presidencial. Os crimes atribuídos ao ex-mandatário incluem peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram vender pelo menos quatro itens, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein. Entre os presentes, estão relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, avaliados em US$ 68 mil, o equivalente a R$ 346.983,60 na cotação da época.
O relatório da Polícia Federal foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que, por sua vez, enviou o documento à PGR no início de agosto. Agora, cabe à Procuradoria decidir se apresenta uma denúncia contra os envolvidos, sendo que, embora o prazo processual seja de 15 dias, ele não é obrigatório.
Outras investigações envolvendo Bolsonaro também estão sob análise da PGR. Em março, a PF indiciou o ex-presidente por um suposto esquema de fraude em cartões de vacina. Gonet solicitou mais diligências no caso, e ainda não foi apresentada denúncia ou arquivamento. Se Bolsonaro for denunciado, caberá à Justiça decidir se ele se tornará réu e enfrentará um processo.