Atuação de mineradora em Jaguarari pode estar causando abalos sísmicos

Empresa EroBrasil Caraíba (MCSA) atua na extração de minério no distrito Pilar

O último tremor registrado foi no dia 24 de julho, de 3,6 na escala Richter
O último tremor registrado foi no dia 24 de julho, de 3,6 na escala Richter – 
Somente em 2024, o município de Jaguarari, no interior do estado, registrou 41 abalos sísmicos, segundo o Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O município possui atividade de mineração de cobre no distrito de Pilar, comandada pela empresa EroBrasil Caraíba.

De acordo com reportagem do UOL, a sequência de abalos fez com que o Núcleo Bahia/Sergipe da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), a UFBA e a UEFS a publicassem uma nota técnica, no início do mês, defendendo a paralisação das atividades em áreas mais suscetíveis a eventos sísmicos. O último tremor registrado foi no dia 24 de julho, de 3,6 na escala Richter.

À reportagem, a EroBrasil informou que paralisou as atividades após a preocupação de moradores da localidade e disse que o epicentro está fora da área de sua atuação, mas em uma falha geológica conhecida, localizada a aproximadamente 1.000 metros de profundidade.

A empresa disse ainda que monitora a área e garantiu a “imediata e preventivamente, em cumprimento ao seu procedimento interno de segurança, evacuação da mina subterrânea e paralisou todas as atividades, até que fosse feita uma inspeção-geral em suas estruturas.”

Em contato com o Portal A TARDE, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) afirmou que, por ser uma sociedade de economia mista, com um papel primordial na pesquisa e exploração de recursos minerais no estado da Bahia, não possui atividades relacionadas ao monitoramento ou à análise de abalos sísmicos nos municípios causadas ou não pela exploração mineral.

A CBMP reforçou ainda que não possui nenhum contrato ou qualquer forma de colaboração com a EroBrasil Caraíba (MCSA) e por isso não possui ou não pode abrir verificações acerca das atividades dessa empresa.

Ainda conforme a EroBrasil, a mineração em Pilar conta com cerca de 500 trabalhadores, entre diretos e terceirizados e que a mina é “integralmente monitorada por um sistema de microssísmica.”

“Esse sistema capta micro variações do solo, o que nos permite tomar ações preventivas, em alguns casos. Uma vez identificada alguma variação pelo sistema, a equipe de geotecnia passa a monitorar o local, isolando a área e removendo colaboradores, se for o caso”, diz a nota enviada ao UOL.

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