Opinião
A cada semana que passa, a governadora Raquel Lyra (PSDB) leva um tombo. Na passada, depois de aparecer como a pior do Nordeste e a terceira gestora mais rejeitada do País, viu, ontem, Pernambuco recuar em três pontos no ranking nacional dos estados mais competitivos do País, de acordo com o levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP).
Perdeu gordura até para estados que antes não representavam nenhuma ameaça ao crescimento econômico de Pernambuco, como a vizinha Paraíba e até o Piauí. Os principais motivos que provocaram a queda estão ligados a uma piora na situação de capital humano (25º), potencial de mercado (25º) e segurança pública (24º).
Houve melhoras, entretanto, nos quesitos educação (13º) e eficiência da máquina pública (14º). O Espírito Santo, governado por Renato Casagrande (PSB), subiu quatro posições. Agora, o Estado é o 6º mais competitivo do País. O principal quesito que levou o Estado à melhora foi o pilar solidez fiscal, registrando em 2023 seu menor endividamento líquido da história.
A relação entre as receitas e os gastos com a dívida está em -6,64%. O limite legal é de até 200%. O estoque da dívida do Estado é a 3ª menor do país, atrás de Mato Grosso e Pará. “O ranking deste ano mostrou uma melhora nos pilares educação e sustentabilidade ambiental, uma ótima notícia, pois são áreas que o Brasil precisa melhorar. Mostra uma maior autonomia e eficiência dos Estados em lidar com esses desafios “, relata o diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros.
No que diz respeito a Pernambuco, entre os itens que levaram o Estado a perder três pontos estão potenciais de mercado e segurança pública. Na prática, com o ICMS mais caro do País, o Estado deixou de atrair empresas, perdendo investimentos para a Paraíba. E a violência, maior drama vivido pela população, é um espanta investidores. Ninguém quer jogar dinheiro num Estado que vive, verdadeiramente, uma guerra civil.
Mais competitivos – Os cinco Estados mais competitivos do país são os mesmos de 2023: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Brasília. São Paulo é líder nos quesitos educação, infraestrutura e inovação. Mas teve pioras nos pilares eficiência da máquina pública (5º para 12º), solidez fiscal (13º para 14º) e potencial de mercado (2º para 8º). Mesmo com as enchentes, o Rio Grande do Sul só perdeu posições no pilar inovação, que passou de 2º para 5º. Nos outros, teve melhora. É o líder no quesito eficiência da máquina pública. Santa Catarina e Paraná tiveram poucas mudanças.
Ineficiência de gestão – Ao avaliar a queda de Pernambuco no ranking nacional da competitividade, o deputadoWaldemar Borges, da bancada do PSB na Assembleia Legislativa, disse que a queda reflete a “ineficiência e a estagnação” do Governo do Estado, que, segundo ele, vem reduzindo investimentos estratégicos, prejudicando a economia e, consequentemente, a qualidade de vida dos pernambucanos. “No atual governo, estamos vendo uma economia que perde força, com fechamento de indústrias importantes, como a antiga Coperbo e uma qualidade de vida que só piora”, afirmou.
Do Blog do Magno Martins