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Segundo o especialista, o procedimento cirúrgico não é realizado apenas para o tratamento da endometriose (Marina Torres/DP) |
Alto fluxo menstrual, cólica menstrual incapacitante, dor pélvica crônica, dor na relação sexual e até para urinar. Esses são alguns dos sintomas da endometriose, uma doença que atinge uma a cada dez mulheres no país, de acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Endometriose. Cerca de 57% das pacientes sofrem com dores crônicas e a histerectomia é uma das opções mais eficazes no tratamento, já que ainda não existe uma cura para esta condição.
A endometriose é uma doença inflamatória e crônica caracterizada pela presença do tecido endometrial (revestimento interno do útero) fora da cavidade uterina, que afeta, em sua maioria, mulheres jovens e adultas. A enfermidade é identificada a partir dos sintomas da paciente e com exames de imagens, como ultrassom e a Ressonância Magnética da pelve, solicitados por um ginecologista. Após o diagnóstico, o médico avaliará o tipo da doença (superficial, ovariana ou infiltrativa profunda) e escolherá qual a melhor forma de tratamento, já que não existe apenas uma opção para o controle dos sintomas.
As recomendações terapêuticas podem incluir medicamentos hormonais e a histerectomia. Segundo o ginecologista do Hospital Jayme da Fonte, Waldemy Carvalho, há diferentes tipos de histerectomia: a total, que remove o útero e o colo do útero, e a subtotal, que retira apenas o corpo do útero. Para um tratamento eficaz da endometriose, a histerectomia total é geralmente a abordagem recomendada. “É essencial que as pacientes compreendam os benefícios e riscos da cirurgia, já que a infertilidade é uma consequência inevitável após o procedimento,” ressalta.
Existem várias técnicas para o procedimento, como a vaginal, na qual o útero é removido pela vagina após cortes internos; a laparoscópica, utilizando-se uma câmera e pinças inseridas por pequenas incisões na barriga, por onde o útero é extraído; ou ainda na abdominal, com o útero retirado por meio de uma incisão na barriga.
Porém, de acordo com o especialista, o procedimento cirúrgico não é realizado apenas para o tratamento de uma condição, mas também problemas como miomas, câncer do útero, câncer de colo do útero, câncer de ovário e sangramentos uterinos anormais.
“A qualidade de vida, após a histerectomia, só aumenta. Apesar de não curar a endometriose, a remoção do útero oferece uma melhora significativa nos sintomas da paciente. A paciente pode seguir normalmente com a sua rotina após o procedimento, inclusive manter uma vida sexual ativa e saudável”, finaliza Waldemy Carvalho.
Próximo ao marco de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte possui equipe de referência na área de ginecologia e oferece tratamento para diversas condições. A unidade conta com um centro de diagnóstico por imagem, urgência e emergência 24h, além de consultas ambulatoriais.