Avião de Lula pousa depois de 5 horas voando em círculos por problema após decolagem

 

O avião que transportava o presidente Lula (PT) da Cidade do México de volta para Brasília apresentou problemas na tarde desta terça-feira (1º), após já ter decolado.

A aeronave precisou retornar para o aeroporto de origem, mas antes ficou sobrevoando a região da capital mexicana por quase cinco horas para queimar combustível e poder chegar ao solo em segurança. O pouso aconteceu em segurança, às 22h16, no horário de Brasília.

Integrantes do governo afirmam que a volta a Brasília acontecerá ainda nesta terça, em um avião reserva da Presidência. Essa aeronave acompanha normalmente o presidente em suas viagens.

A informação do problema técnico foi divulgada pela Força Aérea Brasileira, em nota assinada pelo comandante Marcelo Kanitz Damasceno. O texto afirmava que o presidente vai viajar de volta ao Brasil em outra aeronave.

Segundo o comunicado, foram “realizados, com sucesso, os procedimentos de segurança para solução do problema apresentado”. O texto dizia que os pilotos aguardavam o consumo do combustível necessário “para retornarem ao mesmo aeródromo da decolagem, com troca de aeronave e regresso a Brasília”.

O sobrevoo para a queima de combustível é uma medida de segurança na aviação. Isso porque os aviões decolam com um peso muito maior devido à quantidade de combustível. Pousar com esse peso é considerado uma operação de risco.

Uma das hipóteses apontadas por integrantes do governo é que tenha havido um problema em um dos motores, após ter atingido um pássaro. Militares da Aeronáutica, no entanto, afirmam nos bastidores que apenas com investigação da aeronave em solo será possível apontar a causa exata.

Lula estava no México para a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum. A cerimônia aconteceu horas antes na sede do Poder Legislativo, na Cidade do México. O brasileiro havia chegado ao país no dia anterior, teve um encontro com o presidente que deixava o cargo, Andrés Manuel López Obrador, e participou de um evento com empresários dos dois países.

Estavam no avião presidencial também a primeira-dama Janja, os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Cida Gonçalves (Mulheres), além do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e assessores.

Indicado por Lula para presidir o BC, Galípolo estava na capital mexicana para participar da CCA Consultative Group of Directors of Operations (CGDO), promovida pelo Banco de Compensações Internacionais. Ele também esteve na segunda-feira no fórum empresarial, com brasileiros e mexicanos.

Lula já reclamou algumas vezes do avião presidencial, o chamado Aerolula, que foi comprado por ele mesmo em seu primeiro mandato, em 2005. Um dos principais pontos de crítica é a falta de autonomia, o que obriga a comitiva a fazer escalas em muitas das viagens ao exterior.

Militares da Força Aérea têm como plano preferencial comprar um avião com configuração VIP usado, surgindo como uma possibilidade preferencial a versão executiva do Airbus A330.

Embora um avião zero quilômetro possa sair por mais de US$ 250 milhões (R$ 1,23 bilhão), por baixo, um aparelho usado pode sair significativamente mais barato —talvez menos que US$ 40 milhões (quase R$ 200 milhões), a depender da barganha.

 

Renato Machado/Cézar Feitoza/Folhapress

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