Estresse e baixa imunidade podem explicar coceira na região íntima; veja mais causas
Baiana Raquel Brito, confinada em reality show na TV, trouxe o assunto à tona ao declarar que sofre com a coceira vaginal
Por: Larissa Almeida
Raquel Brito comentou o problema com uma colega de confinamento Crédito: Reprodução
A baiana Raquel Brito, participante do reality show ‘A Fazenda 16’ (Record), virou assunto nas redes sociais nas últimas semanas pelos diversos flagras enquanto coçava as partes íntimas. Nessa segunda-feira (30), a irmã de Davi Brito, campeão do BBB 24 (Globo), admitiu a coceira durante conversa com a colega de confinamento Larissa Tomásia. Elas comentaram que o cavalo do programa estava se coçando, e a baiana especulou que o problema poderia ser da casa. “Estou achando que é alguma coisa aqui nessa casa, que eu também estou me coçando”, disse.
A possibilidade de o problema estar relacionado ao confinamento não é descartada pela ginecologista Nádia Tiúba. “Quando a gente vive sob pressão e estresse, isso acaba desarrumando o nosso organismo interno. O estresse causa uma baixa de imunidade que modifica a flora vaginal normal, modificando o PH ideal e favorecendo o aparecimento de doenças”, esclarece. No entanto, ela indica que essa pode não ser a única razão, e que o prurido vaginal, isto é, a coceira na região íntima, pode ser algo mais sério quando é persistente e evolui para outros sintomas, como corrimento ou vermelhidão.
No caso de Raquel Brito, é possível que as causas variem entre estresse até uma ação de fungos. “Na mulher que está na fase adulta, o mais comum são os fungos e as infecções vulvares. Destas, a mais comum é a candidíase, mas há outras causas, como o herpes e as alergias que chamamos de dermatites. […] O ideal, para saber ao certo, é que o programa possa disponibilizar um ginecologista para que ela possa se consultar, examinar e ver as opções de tratamento, porque tem várias pomadas e cremes vaginais que melhoram esse quadro”, aponta a ginecologista.
A candidíase, que normalmente é o diagnóstico mais recorrente em pessoas que se queixam de prurido, é causada pelo fungo Candida albicans e tem entre os sintomas característicos a coceira intensa, irritação, inchaço, corrimento branco e espesso, além de ardência na região da vulva. Ela pode surgir tanto por queda da imunidade quanto através da relação sexual. Raquel, que já declarou nunca ter usado preservativo na vida, tem a doença como outra possibilidade para a coceira íntima.
No caso de uma dermatite de contato, o uso de um papel higiênico ou absorvente que provoca irritação pode estar por trás do problema. Se for uma dermatite atópica, ou seja, uma doença crônica e geralmente hereditária que causa inflamações, o uso de sabão ou agentes irritantes podem levar ao prurido vaginal.
Outro causador do incômodo na região íntima é a falta de higiene adequada, como alerta o ginecologista Alexandre Amaral. “A falta de higiene íntima pode, de fato, causar ou contribuir para a coceira vaginal. A umidade excessiva na área genital, especialmente em climas quentes, pode irritar a pele, causar coceira e criar um ambiente úmido propício para o crescimento de fungos e bactérias”, afirma.
Alexandre ainda acrescenta que não se limpar adequadamente após urinar ou evacuar pode deixar resíduos de urina ou fezes na região genital, assim como não trocar as roupas íntimas com frequência, o que pode irritar a pele e causar prurido, além de aumentar os riscos de infecção. Por outro lado, a higiene excessiva também configura risco de aparecimento do problema. “O uso excessivo de produtos perfumados e agressivos podem desbalancear a flora vaginal, retirando as bactérias boas e facilitando infecções”, pontua.
Para tratar a coceira na vagina, os especialistas recomendam um diagnóstico adequado. A partir dele, se for identificado um problema externo – como a dermatite de contato ou alergias –, o tratamento costuma ser através de uma pomada tópica antialérgica a base de corticoide. Se houver infecção associada ou outra patologia, é preciso tratar o problema de maneira mais específica, seja com fungicida somente para a vulva ou para a parte interna da vagina, seja com outros medicamentos apropriados para a doença.
De modo geral, o ginecologista Alexandre Amaral acredita que todo tratamento também deve demandar bons hábitos e disciplina do paciente. “Higienizar a área íntima de maneira correta é um dos passos importantes para aliviar o desconforto. A recomendação é usar sabão neutro e evitar produtos perfumados que possam causar irritação. Além disso, se o médico prescrever algum tratamento medicamentoso, como antifúngicos ou antibióticos, é essencial seguir rigorosamente as orientações para garantir a eficácia do tratamento e evitar complicações”, aconselha.