A pesquisa levou em consideração o Plano Nacional de Saneamento (PLANSAB), que aponta a necessidade de acesso adequado em três serviços: abastecimento de água, coleta de esgoto e destinação do lixo. Isso significa que não eram atendidos por abastecimento de água canalizada por rede geral, poço, fonte, nascente ou mina; o esgoto tinha como destino fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma; e não havia coleta direta (porta a porta) nem indireta (por caçamba) do lixo.
Atualmente, a Bahia é o estado com a 2ª maior população indígena no Brasil. Comparando os domicílios indígenas nas terras indígenas baianas com o total de domicílios indígenas na Bahia, 5,5% dos quais tinham acesso inadequado simultâneo aos três serviços de saneamento básico (6.661 em números absolutos), a desigualdade era ainda maior e chegava perto de ser o quíntuplo.
No Brasil como um todo o quadro de precariedade no acesso domiciliar ao saneamento básico nas terras indígenas era mais intenso do que na Bahia. Enquanto apenas 2,6% de todos os domicílios do país tinham acesso inadequado simultâneo aos três serviços, a proporção quase se multiplicava por sete e ia a 17,3% entre os domicílios indígenas em geral, chegando a quase 6 em cada 10 domicílios indígenas localizados em terras indígenas .
Isso representava 73.171 residências indígenas nesses locais. Piauí (100,0% do 33 domicílios indígenas em terras indígenas sem acesso adequado aos três serviços de saneamento), Maranhão (84,6%) e Amazonas (82,1%) tinham as maiores proporções, enquanto Rio de Janeiro (0,9%), Goiás (2,9%) e Paraíba (3,2%) tinham as menores. A Bahia ficava com a 17ª maior proporção de domicílios indígenas sem acesso adequado aos serviços de saneamento básico em Terras Indígenas.