4 em cada 5 mulheres eleitas prefeitas e vereadoras no país são de centro e direita
As mulheres eleitas nas eleições do último domingo (6) são, em sua maioria, de centro e de direita.
Das 10.644 vereadoras que vão às Câmaras Municipais em 2025, 4.923 são de direita (46%), e 3.631, 34%, de partidos à direita no espectro político estabelecido pelo GPS partidário da Folha.
As 2.090 vereadoras de esquerda são 20% das eleitas no país, conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com 99,99% das urnas apuradas até agora.
Entre as prefeitas, o cenário é parecido, mas o centro leva vantagem ainda maior. Das 717 mulheres eleitas no primeiro turno, 367 são de centro, ou seja, 51% do total. As de direita são 239, equivalente a 33%. As de esquerda, 111, são 15%.
No cenário geral, 11.361 mulheres foram eleitas no domingo. Delas, 5.290 são de centro, 47%, 3.870 são de direita, ou seja, 34%, e 2.201, de esquerda, 19%.
A classificação da ideologia das legendas deriva do GPS partidário, modelo estatístico criado pela Folha para medir a proximidade dos partidos a partir de quatro variáveis —coligações, votações na Câmara dos Deputados, trocas de legendas e composição de frentes parlamentares.
As vereadoras puxadas pelo centro são puxadas pelo MDB, com 1.550 eleitas, pelo PP, com 1.292 e pelo PSD, com 1.146. A direita é alavancada pelo União Brasil, com 1.040 eleitas, o PL, com 865, e o Republicanos, com 800.
A maioria das vereadoras eleitas da esquerda está sob o PT, 774 delas, o PSB, 664 delas, e o PDT, 441 delas.
A eleição das 717 prefeitas representa um aumento de 9% em relação ao primeiro turno de 2020. Há ainda a possibilidade de eleição de mais 13 delas, sendo 7 em capitais –Aracaju, Campo Grande, Curitiba, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho.
Na capital de Mato Grosso, a duas candidatas disputam o cargo: Rose Modesto (União Brasil) e Adriane Lopes (PP), a primeira, de direita e a segunda, de centro.
Algumas das vereadoras à direita que foram eleitas são conhecidas, caso da ex-comentarista da Jovem Pan Zoe Martinez, que vai à Câmara de São Paulo pelo PL com 60.272 votos. Ela é a primeira cubana a se eleger para a Casa.
Ana Carolina Oliveira, mãe da menina Isabella Nardoni, foi a segunda candidata mais votada com 129 mil votos. Ela se elegeu pelo Podemos, de centro.
Janaína Paschoal, ex-deputada federal e autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, se elegeu pelo PP com 48.893 votos.
Assim como com as prefeituras, a Câmara Municipal de São Paulo, a maior do país, contará com mais mulheres e negros a partir de 2025 do que em comparação ao mandato que se iniciou em 2021.
Bárbara Blum, Géssica Brandino e Natália Santos, Folhapress