Relatórios da CGU entregues à PF apontam um ‘propinoduto’ instaurado no INSS há décadas

Por Mino Pedrosa, do Fatos Online – Relatórios confidenciais produzidos pela Controladoria-Geral da União (CGU), entregues à Polícia Federal (PF) e obtidos com exclusividade pelo Fatos Online, revelam um esquema de corrupção que vem corroendo o sistema de aposentadoria há décadas no INSS, impulsionado durante a gestão do ex-presidente José Carlos Oliveira, funcionário de carreira que chegou à cadeira de ministro em 2022 por indicação do Centrão ao então presidente Bolsonaro.

Hoje em dia a rapinagem prossegue e o INSS tem como presidente Alessandro Stefanutto, que reza na cartilha do senador pedetista, Weverton Rocha Marques de Sousa.

O esquema abastece um canal de “propinoduto” que ultrapassa três bilhões de reais e chega às mãos de políticos renomados e dirigentes de associações que atuam como máquina para a fraude. O escândalo da “Farra dos Descontos”, como é chamado nos bastidores, atinge em cheio os beneficiários do INSS, que são vítimas de descontos irregulares.

Nos últimos meses, o Brasil tem acompanhado a escalada de um escândalo envolvendo a prática irregular de descontos associativos nas aposentadorias e pensões de centenas de milhares de cidadãos. Popularmente conhecido nos corredores da capital federal como a “Farra dos Descontos”, o esquema revelou um sistema de cooperação entre associações sem fins lucrativos e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), permitindo que valores fossem descontados diretamente da folha de pagamento dos beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Essas associações, em troca dos descontos, ofereciam supostas vantagens, como abatimentos em farmácias, planos de saúde e até auxílio funeral. Contudo, uma auditoria interna do INSS, divulgada no portal oficial do Governo Federal, trouxe à tona a dimensão do problema: até 33 associações credenciadas receberam, entre janeiro de 2023 e maio de 2024, mais de 3 bilhões de reais em descontos de beneficiários que, em muitos casos, nunca autorizaram tais operações. O resultado foi alarmante: mais de um milhão de aposentados e pensionistas pediram o cancelamento dos descontos, afirmando desconhecer qualquer vínculo com as entidades envolvidas.

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