Drones ganham mais espaço no céu brasileiro

Já se foi o tempo em que ver algo não tripulável voando em cima das nossas cabeças era motivo para especulações míticas de vidas em outros planetas. Hoje, todo mundo sabe, é tudo pura tecnologia. Os multirrotores, ou drones, estão cada vez mais perto da população. Seja para comprar ou para apenas ver. Produzindo vídeos, realizando entregas ou registro de eventos, como o desfile da Fendi, realizado semana passada na Semana da Moda de Milão, na Itália.

Os primeiros modelos começaram a chegar no Brasil em 2011, mas foi no ano passado que a tecnologia foi melhor desenvolvida. Ao menos no que diz respeito aos modelos mais comuns, que, aliás, podem ser encontrados no varejo e acabar na casa do consumidor final.

E aí justamente nesse caminho que mora a grande questão. Na teoria, os voos desses robôs não tripuláveis deveriam ser regulados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Na prática, dizem os usuários, não há fiscalização alguma. Os bichos acabam voando livres em cima da população, podendo até causar acidentes graves.

Quem comenta o assunto é o aeromodelista Helcias Luna, mais conhecido como Maninho. “A facilidade de comprar é muito grande. E as pessoas têm usado sem o menor critério. Drones são controlados por radiofrequência e, claro, estão passíveis a falhas”, explica.

No ano passado, conta, viu um voando durante o desfile do bloco Eu Acho É Pouco. “Um absurdo. Não se pode fazer filmagens em multidões. Há grandes riscos. Especialmente no Carnaval, quando as televisões estão com torres de transmissão ao vivo que podem interferir nas ondas que controlam o equipamento. Uma dica? Se estiver brincando e vir algo voando sobre sua cabeça, corra . E rápido.”

drone

Na última semana, a Anac encerrou um ciclo de debates sobre a regulamentação dos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS), apresentando uma proposta de norma durante o segundo workshop sobre o tema. O evento contou com a participação de representantes governamentais envolvidos com o assunto, tais como o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da Aeronáutica, e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Potenciais operadores e fabricantes de RPAS – conhecido como vants ou drones – também estiveram presentes.

estudos para elaboração deste ato normativo se iniciaram no começo do segundo semestre de 2013, quando a Agência promoveu a primeira edição do workshop. O resultado ainda será submetido à audiência pública, oportunidade na qual qualquer interessado poderá encaminhar contribuições.

A Anac considera, na regulamentação proposta, a forma progressiva, ou seja, normas mais rigorosas para operações com aeronaves de maior porte. Classificando as aeronaves conforme critérios relacionados às características da operação (altitude, operação em linha de visão ou além dela, operação noturna, operação em áreas confinadas, entre outras). (JC Online)

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